sábado, 29 de agosto de 2009

Recall, uma obrigação.

O recall – o chamamento para a troca de uma peça com defeito de fabricação – já é uma prática da indústria em todo o mundo. As montadoras de veículos, no entanto, têm feito recall mais que deveriam. Na semana passada, por exemplo, o compacto Gol, carro mais vendido há mais de 20 anos no Brasil, foi um dos modelos chamados para recall pela Volkswagen.
A fabricante alemã convocou proprietários de mais de 260 mil veículos da linha Gol/Voyage e Fox. E aí fica a pergunta: o que está acontecendo com o controle de qualidade da indústria automotiva nacional?
De janeiro até o início de agosto de 2009, já foram pelo menos 19 recalls, com cerca de 500 mil unidades de carros de passeio com algum tipo de problema. Como geralmente é um defeito de fabricação em um componente de segurança, acho esse número para lá de expressivo.
Não resta dúvida de que o procedimento do recall é de extrema importância. No caso dos veículos VW, há riscos da ruptura do coletor de admissão e, eventualmente, o surgimento de chamas no componente do motor. O problema pode ocorrer em condições de baixa temperatura ambiente e durante as primeiras tentativas de colocar o motor em funcionamento.
Conforme prevê o artigo 10 do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8078/90), o recall é uma obrigação de todo fabricante de produtos. Na prática, todo consumidor tem o direito à informação. É bom que fique claro que todo cidadão tem de ter uma informação adequada e clara, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço. Além de tudo, deve saber sobre os riscos.
No caso de um veículo, a falha no funcionamento de um componente no sistema de freios, por exemplo, pode ocasionar sérios riscos de acidente. No início do ano passado, a mesma Volkswagen teve de reconhecer a falha no sistema de rebatimento do banco traseiro da linha Fox/Cros Fox/SpaceFox.
Na época, houve uma demora para reconhecer a falha no funcionamento da peça do rebatimento do banco traseiro. No final das contas, a fabricante incorporou um anel de borracha para acabar de vez com a possibilidade de acidente, como ocorreu com oito donos de veículos que, infelizmente, tiveram parcialmente o dedo de uma das mãos mutilados no manuseio do sistema de rebatimento do banco. Por isso, o recall é mais que uma obrigação.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Medida de segurança

Os soteropolitanos iniciaram a semana com um movimento grevista da Polícia Militar na Bahia. No fim de semana, o síndico do prédio onde moro teve o seu Fiat Siena 2008 1.4 Flex roubado. A vizinha de minha mãe perdeu um Volkswagen Gol G4 2007 1.0.

Há um provérbio popular que diz "quem tem um não tem nenhum". Em Salvador e em outras capitais brasileiras, ter apenas o seguro do veículo não é mais tão vantajoso. Muitos donos de veículos têm mandado instalar um aparelho de GPS (sistema de posicionamento global), a fim de fazer o monitoramento e o rastreamento do carro em caso de furto ou roubo.

Em Salvador, Gol, Palio e Uno Mille encabeçam a lista dos veículos mais roubados e furtados. Por conta disso, há opções de dispositivos de segurança mais baratos. Os mais usados são as travas de câmbio e os alarmes com trava das portas vendidos em lojas e revendas de veículos. Além da contratação do seguro do veículo, uma legião de donos de carros vem reforçando a segurança instalando dispositivos antifurto e até equipamentos mais sofisticados.

Este ano, as montadoras de veículos conseguiram derrubar a obrigatoriedade de instalação de rastreadores acoplados a bloqueadores nos veículos saídos de fábrica, como previa a Resolução 245/07 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). A medida poderia servir para coibir o crescimento do furto e do roubo de veículos em todo o Brasil – na capital baiana, por exemplo, foram furtados e roubados 2.051 veículos no primeiro semestre de 2009, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Por conta disso, a oferta de empresas de monitoramento de veículos via satélite – Global tech, Sascar, Graber, Lojack, Traker Monitor Plus, Teletrim, Prima Sat, Guarone, entre outras – tem crescido. Geralmente, o GPS com serviço de rastreamento com bloqueio do veículo tem sido ofertado em regime de comodato (empréstimo) nos contratos de seguro. Um serviço mais completo inclui o aparelho de GPS (Sistema Posicionamento Global) ao rastreador.

O dono do carro faz o seguro e recebe a opção de incluir o GPS no veículo, desde que pague o valor da mensalidade do monitoramento -entre R$ 100 e R$ 150 ao mês. Na Europa, alguns modelos de marcas premium já saem de fábrica com aparelho de GPS, acoplado ao painel, e de rastreamento com bloqueio do veículo, deixando a opção para o dono contratar ou não o serviço de monitoramento.

No Brasil, a lei caiu e quem tem carro deve redrobrar a atenção na hora de sair do estacionamento, supermercados ou shoppings centers. Ficar parado dentro do carro em frente à escola do filho nem pensar. É melhor verificar quem está por perto, parando o veículo em um local mais movimentado e sair do automóvel. Esta sim é uma medida de segurança

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Bahia entra no circuito da Stock

Os trechos do circuito de rua de Salvador, a primeira prova do gênero nos 30 anos da Stock Car, têm nomes bem baianos. Curvas do acarajé, do dendê, dos orixás e da balança. De forma peculiar e em homenagem à tradição afro-baiana, a Vicar, organizadora da categoria mais importante do automobilismo brasileiro, já conseguiu o apoio integral do público local. Em dois dias, esgotaram todos os ingressos para a corrida, que será realizada neste domingo (9), com transmissão ao vivo pela Rede Globo.

Sem autódromo, a capital baiana conseguiu atrair a Stock Car, depois de anos de luta dos pilotos, mecânicos e dirigentes da Federação de Automobilismo da Bahia, afiliada à CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo).

Para alguns especialistas em automobilismo, o circuito baiano, caso fosse instalado na região do Comércio, iria ficar bem semelhante ao traçado das ruas de Mônaco. Porém, a prova da Copa Renault, em 2005, demonstrou que o local era excelente para a TV, por conta das belas paisagens da Baía de Todos Os Santos, Mercado Modelo e Elevador Lacerda, e péssimo para uma corrida de carros, sem pontos de ultrapassagem.

O traçado das ruas do CAB não deixa de ser travado, mas há pelo menos quatro bons pontos de ultrapassagem - logo após a curva do acarajé, descendo em direção à curva da balança, a reta da Assembleia Legislativa da Bahia e as duas retas principais, na região dos camarotes e da bandeirada da vitória.

Para os pilotos da Stock Car, a prova é um mistério, igual aos orixás do candomblé. Na prática, todos terão trabalho redrobrado para conseguir ajustar os carros e, durante a prova, garantir uma ultrapassagem segura. A velocidade máxima dos "bólidos" com motor V8 de 480 cv de potência deve ser de 220 km/h, abaixo dos 250 km/h no Autódromo de Interlagos (SP). Nas ruas do circuito do CAB, a volta mais rápida deve ser abaixo de 1min25s.

É bom lembrar que a largura da pista é de 6 a 10 metros, dependendo do trecho. Há duas semanas, dei umas voltas de Punto T-Jet com o piloto Nonô Figueiredo, da Officer Motorsport, no traçado anti-horário do GP Bahia, sexta etapa da Copa Nextel Stock Car 2009. Nonô ficou entusiasmado e fez os seus comentários sobre a corrida, garantindo que quem sair na frente tem amplas chances de receber a bandeirada da vitória.

O piloto lembrou, ainda, que toda prova de rua é mais arriscada e emocionante, ao ser comparada com uma corrida em autódromos, que possuem retas mais longas, curvas com ponto de tangência exata e pistas bem largas para ultrapassagens.

Porém, a máxima de quem sai na frente geralmente ganha pode ser quebrada na Bahia. Provas de rua têm colisões, quebra de carros e leves beliscadas nas murretas de proteção. Por isso, o GP Bahia da Stock Car promete. O presidente da Vicar Carlos Col, responsável pela empresa promotora da Stock Car no Brasil, já garantiu a realização da etapa baiana até 2012.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Marketing puro

Em fevereiro de 2006, a Honda lançou o Fit 2007, causando espanto entre muitos brasileiros. A partir daí, virou uma prática das montadoras de veículos anteciparem as suas versões futuras no mercado nacional. Agora, a situação é mais estranha e, ao mesmo tempo, surpreendente. O carro nem foi lançado pelo fabricante e os consumidores já podem ver o veículo em uma revenda autorizada, com direito a conhecer os detalhes dos pacotes de equipamentos de série e entrar em cada uma das versões. De quebra, vai para casa com um folder detalhado do modelo que será lançado, com o preço de cada versão.

Na semana passada, isso ocorreu com os lançamentos da Kia e da Honda, que mandaram os seus veículos - o crossover Soul e o sedã City, respectivamente - para serem mostrados aos consumidores em suas revendas no País.

A nova ação de marketing das montadoras traz benefícios para o consumidor. Assim, dá para comparar o preço das versões do novo veículo com outros concorrentes diretos, avaliando qual seria a melhor opção entre os modelos ofertados por outras marcas. Somente depois disso, tomaria uma decisão mais abalisada e equilibrada sobre o veículo a ser comprado.

Na última terça-feira, encontrei o gerente de vendas Luiz Heine, da Imperial/Honda (Salvador), e disse que iria na quarta-feira (29) para o lançamento do novo sedã City, em Campinas (SP). Ele me adiantou que já estava com uma dezena de carros na revenda e que iria expor o Honda City 2008/2009 para os clientes no showroom. Para complementar a conversa, anunciou o valor do City - entre R$ 58 mil, na versão de entrada com câmbio manual, e R$ 73 mil, na configuração topo da gama, com transmissão automática.

Durante alguns dias, fiquei com essa história ruminando na minha na cabeça e, no fim de semana, dei uma passada em uma das lojas da Imperial/Honda. Ao estacionar, já percebi que havia uma movimentação no showroom. Estava lá pelo menos cinco City com uma legião de futuros compradores. Os mais curiosos abriam o porta-malas - são 506 litros de capacidade de carga -, entravam no carro e mexiam nos botôes do painel de instrumentos. Vi um vendedor sentado em uma mesa e perguntei se ele já tinha o valor do novo sedã da Honda. Abriu uma pasta e passou um folder informativo.

O novo Honda City LX com motor I-VTEC 16V, de 115 cavalos de potência, vai custar R$ 58.590. De série, traz sistema de ar-condicionado, computador de bordo, trio elétrico (vidros, travas e retrovisores), direção hidráulica, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas. Entre outros equipamentos, vem ainda com frisos laterais na cor do veículo, CD player com MP3 e entrada auxiliar e USB e encosto de cabeça e cinco de três pontos para todos os ocupantes.

Comecei a semana fazendo a seguinte pergunta: vou ou não para o lançamento do Honda City? Como já tenho toda a ficha técnica do novo sedã da marca japonesa, basta agora andar no veículo para ter a primeira impressão. Aqui, o modelo causou um certo rebuliço na sua exposição estática no showroom da revenda. Porém, ninguém teve o direito ainda de fazer um teste drive, que será realizado em Campinas para a imprensa especializada brasileira.

Vendido em cerca de 40 países, o City chega ao Brasil sem concorrentes diretos. O valor do novo modelo da Honda o deixa na faixa intermediária de preços entre os sedãs compactos e os médios. Produzido na fábrica de Sumaré (SP), o City é o terceiro veículo da Honda fabricado no Brasil e deve, sem dúvida, inaugurar um novo conceito de veículo no País.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Reciclar ou vender no desmanche?

Para cada componente plástico, peça metálica e item do sistema elétrico de um veículo, uma solução. É dessa forma que a indústria automotiva brasileira deveria tratar as partes dos carros produzidos no Brasil. Ao contrário de países como o Japão, o Brasil ainda engatinha no reaproveitamento de componentes, peças e sistemas usados na fabricação dos nossos carros.

Pouca gente sabe, mas o índice de materiais recicláveis nos veículos é superior a 90%. E olhe que quase tudo pode ser reaproveitado. Atualmente, as peças metálicas da carroceria e do motor, por exemplo, são quase 100% reutilizadas. Sistemas elétricos, pneus, componentes plásticos do painel de instrumentos, espuma e o revestimento têm final certo no mundo da reciclagem.

De um carro, apenas os componentes de segurança (cintos, rodas, airbags e sistemas de direção e suspensão) não podem ser reaproveitados.

O segmento de pneus tem mostrado o quanto é importante cumprir as determinações ambientais no Brasil. Dos pneus inservíveis que são retirados do mercado, parte dos compostos é reaproveitável para fins energéticos e para a produção de novos componentes na indústria pneumática. Uma parcela da borracha vem sendo usada para a feitura de tapetes de borracha e dos coxins dos veículos.

O mais impressionante é que alguns países já colocaram as suas metas. No Japão, por exemplo, a lei da reciclagem garante que até 2015 cerca de 70% dos componentes dos carros devem ser reciclados.

No continente europeu, a reciclagem deve atingir 95% em 2015. Hoje, o que ocorre em todo o Brasil é que carros inteiros e peças separadas de um veículo fazem parte de um mercado ilegal do desmanche.

A criação de um programa nacional de reciclagem de veículos usados faz parte de ações efetivas para a renovação da frota de carros no Brasil. A iniciativa iria trazer uma série de benefícios ambientais, sociais e econômicos para a cadeia produtiva brasileira.

No primeiro momento, haveria o destino correto dos carros usados. Os componentes descartados seriam reaproveitados na produção de peças para carros novos ou vendidos no mercado de componentes para carros usados.

Por outro lado, os desmanches ilegais perderiam a força com o correto reaproveitamento de componentes de carros, já que a própria indústria teria interesse em recolher os seus veículos e as peças inservíveis para retornar à cadeia produtiva.

terça-feira, 14 de julho de 2009

GM: a esperança nunca morre!

Em agosto do ano passado, a Chevrolet do Brasil lançou o crossover Captiva na estonteante região de Los Cabos, na Baixa Califórnia Sul, na divisa do México com os Estados Unidos. Nenhum dos jornalistas brasileiros não imaginava que o grandioso país vizinho, berço das Big Three da indústria automotiva (Ford, Chrysler e General Motors Corporation), entraria em uma “colapso” de descrença mundial.

Depois de amargar enormes prejuízos, pedir concordata (proteção contra falência) e receber um empréstimo bilionário ofertado pelo governo dos Estados Unidos, a GMC conseguiu o que muitos duvidavam. Na última sexta-feira (10), anunciou um plano ousado de reestruturação e criação de uma nova empresa, que será mais “enxuta” e focada em projetos de veículos menores e com motores menos poluentes.

Agora, o antigo conglomerado de marcas será formado pela Buick, Cadillac, Chevrolet e GMC. O dono majoritário é o governo dos Estados Unidos, que detém 60,8% das ações da nova companhia do setor automotivo. Os governos dos Estados Unidos e do Canadá investiram cerca de US$ 50 bilhões (R$ 100 bilhões) para a compra dos ativos da GM e a formação da nova companhia.

Agora, a nova GM, inclusive a Chevrolet do Brasil, terá de fazer um trabalho de reforço da marca junto aos consumidores em todo o mundo. "Hoje é o um novo começo para a General Motors, um dia que permitirá a cada funcionário, incluindo a mim, voltar aos negócios de projetos, construção e vendas de grandes carros para servir às necessidades de nossos consumidores", disse o presidente da GM, Fritz Henderson, em comunicado à imprensa.

Rumores na imprensa mundial indicam que há a possibilidade da mudança da logo da General Motors, que passaria do azul clássico de hoje para um tom esverdeado. No mínimo, denota um interesse claro na velha máxima: “a esperança é a última que morre“.

Por aqui, o hatchback Agile, novo modelo da Família Viva, deve ser lançado em outubro no mercado brasileiro e, com certeza, será a "nova cara" da empresa nos países emergentes como o Brasil. É esperar para saber se o consumidor vai realmente creditar as suas fichas em veículos da nova empresa da indústria automotiva mundial.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Carro branco, nem pensar!

A tirania do preto, prata e cinza invadiu as revendas de veículos em todo o Brasil. O Ford T, modelo criado por Henry Ford para diminuir os custos na escala de produção, só era fabricado na cor preta. Recentemente, estive em uma revenda Hyundai em Salvador e fiquei surpreso com o leque de cores do novo hatch i30: preta ou prata.

E se o futuro dono quiser o veículo em outra tonalidade? A resposta? É um tremendo não! A alegação do gerente da loja é que fica mais fácil o consumidor decidir pelo i30 com carroceria pintada na cor preta ou prata.

Na semana passada, fiz uma pesquisa simples em revendas VW, Fiat e Renault. Fui pessoalmente e pedi um carro na cor branca. E, independentemente do modelo escolhido por mim, tive de ouvir que seria mais fácil e rápido ter um veículo preto. Insisti que queria o carro branco e, mais uma vez, o vendedor afirmou que só teria o veículo na cor desejada em um prazo de 60 dias.

O argumento dos três vendedores foi o seguinte: poucas pessoas pedem um veículo branco, já que é a cor usada pela frota de táxis na capital baiana. Eles argumentaram que um carro branco iria ser confundido com um táxi e, por conta disso, seria menos valorizado na hora da revenda.

Carro branco na pronta entrega nem pensar. É bom lembrar que um veículo na cor branca é mais barato. No mundo dos carros, as cores podem indicar o estilo de quem dirige. Para mim, modelos esportivos devem ser vermelho ou amarelo. Os veículos mais clássicos ficam mais vistosos na cor preta. Já os carros conceitos têm sido apresentados na cor branca.

A tonalidade dos veículos muda de acordo com a preferência do dono. Os americanos compram mais carros brancos. Nos países europeus, o preto predomina. No Brasil, por exemplo, o domínio é dos veículos de cor prata. Além disso, segundo pesquisas de entidades ambientalistas da Califórnia, Estados Unidos, carros com a carroceria pintada de preto absorvem maior quantidade de calor, o que faz com que seus ocupantes usem mais o ar-condicionado. O uso do equipamento, por sua vez, gera maior quantidade de gases poluentes, por conta do maior esforço do motor. Na prática, um carro branco é ecologicamente correto.

O ator Arnold Schwarzenegger, hoje governador da Califórnia, já iniciou a sua luta contra o preto. O político quer proibir a cor preta nos carros para evitar a queima desnecessária de combustível, o que aumenta a emissão de gases de efeito estufa. Por mim, os carros seriam brancos ou em tonalidades mais tropicais, como vermelho, amarelo, verde e laranja.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

IPI deve manter vendas de veículos no Brasil

Depois de um período de 20 dias de férias, volto ao batente bem renovado. Nestes dias, fiquei em Salvador e procurei organizar algumas pendências que não conseguir resolver ao longo do primeiro semestre de 2009. E, com tempo livre, é hora de colocar a cabeça em ordem, a fim de enfrentar os próximos seis meses deste ano.
O início de 2009, segundo balanço da Federação Nacional da Distribuição dos Veículos Automotores (Fenabrave), foi o segundo melhor período da história da indústria automotiva brasileira. As vendas de veículos – automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários – caíram quase 6,3% no primeiro semestre de 2009, ao ser comparado com igual período de 2008. Em volumes, caíram de 2.408.475 para 2.257.290 unidades.
No mês de junho, foram vendidos 441,9 mil veículos, o que correspondeu a um crescimento de 13,7% diante do volume comercializado em maio (388,5 mil unidades). O benefício da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) foi uma das molas-mestra para alavancar as vendas de veículos novos, em pleno período de crise dos fabricantes, em especial das três grandes General Motors, Chrysler e Ford nos Estados Unidos, e da diminuição de crédito na indústria nacional.
Em Salvador, por exemplo, a média de vendas de veículos novos fica entre 7 mil e 8 mil unidades por mês. No primeiro semestre, a Toyota ganhou mais um ponto de vendas na capital baiana, a concessionária Terra Forte. Em agosto, a Renault terá também outra revenda, que será instalada na região de revendas de veículos na Avenida Paralela. O Grupo Danton/Peugeot sempre viu com bons olhos a abertura de um ponto de vendas de veículos em Lauro de Freitas. Porém, ainda faltam alguns ajustes para a concretização do sonho de uma nova concessionária da marca na Bahia.
A MG Veículos, que representa as marcas Mahindra, SsangYong e Chana, também quer crescer. Além das revendas em Salvador e Vitória da Conquista, tem planos ousados para abrir um ponto de vendas em Barreiras.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Desconto até o dia 30 de junho

No fim do mês de março, dei a minha opinião sobre o incentivo do governo federal na proposta de ampliar o prazo da redução do IPI para carros zero km, em especial os modelos equipados com motor 1.0, até o dia 30 de junho. Sempre fui favorável ao benefício da redução do IPI para carros novos, mas tenho algumas ressalvas.

Há pontos que devem ser levados em consideração para analisar friamente a possibilidade do presidente Lula, mais uma vez, dar outro presentão à indústria automotiva brasileira. De antemão, acredito que o governo não irá mais ampliar o prazo do benefício. O presente já foi dado e foi bem generoso.

É bom reforçar que as montadoras de veículos representam cerca de 15% do produto interno bruto (PIB) do Brasil. Em março, o governo não quis desacelerar o crescimento das vendas de veículos novos, com recordes em cima de recordes nos últimos três anos. E conseguiu. Por outro lado, o incentivo era apenas para a indústria de veículos e, por alguns momentos, fiquei me perguntando sobre os reflexos negativos da crise mundial em outros setores da economia, como o da construção civil e o do comércio de bens e serviços.

Mas, como a minha área é a automotiva, sempre fui favorável ao benefício, já que a venda de um veículo novo gera também negócios em toda a cadeia produtiva da indústria automotiva. Só para citar alguns exemplos: quem compra um carro, faz seguro, adquirir um aparelho de CD player, manda instalar um jogo de rodas esportivas e bancos em couro e vende também o seu veículo usado.

Faltam poucos dias para acabar o prazo do benefício da redução do IPI e, por conta disso, há uma grande procura por carros zero nas revendas. Isso tem gerado uma enorme fila de espera. Modelos da marca Fiat, por exemplo, estão em falta para pronta entrega. Quem deseja um Palio ou um Siena só terá o seu carro em, no mínimo, 60 dias. Em alguns casos, o prazo chega a até 90 dias, a depender da configuração do veículo.

Mesmo assim, o primeiro semestre de 2009 não deve repetir o bom início do ano passado. O site oficial da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) antecipa que o governo, ainda, está analisando o que deverá fazer para não estancar de vez com as vendas de veículos no Brasil.

A entidade divulgou que as vendas de veículos no varejo (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários) retraíram 8,05% comparando o primeiro quadrimestre de 2009 com o do ano anterior, caindo de 1.551.772 para 1.426.863 unidades. De março para abril, o desempenho também foi negativo. Foram emplacadas 368.780 unidades em abril, contra 418.435 unidades em março, numa queda de 11,87%.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Um trocado para a GMC

Sou proprietário de um Chevrolet Corsa 1.4 Econo.Flex. E justamente ontem, no dia do anúncio oficial da concordata de uma das big three da indústria automotiva dos Estados Unidos, paguei uma prestação do meu financiamento do Banco GMAC. A sensação imediata foi de estar ajudando a General Motors Corporation (GMC) a sair da bancarrota da falência e, em consequência, do pior momento da sua história de 101 anos no mundo.

Mas, o pagamento do meu financiamento automotivo está longe de ser uma ajuda substancial, já que a concordata da GMC traz alguns pontos que o caro leitor pode até nem conhecer.

Inicialmente, é bom ficar claro que a situação da fabricante de veículos está diretamente atrelada à capacidade – ou a falta – de administrar um conglomerado de empresas (GM, Chevrolet, Opel, Vauxall, Saab, Hummer, Saturn, entre outras). Por outro lado, não há garantias de que todas as fábricas ficarão em pleno funcionamento – a GM já anunciou que vai fechar 12 fábricas e os empregados tiveram até que abrir uma série de concessões trabalhistas, nos Estados Unidos.

Na minha opinião, o recurso da concordata foi uma maneira inteligente da GMC receber mais um aporte financeiro da Casa Branca. De lá, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou, ontem, a reestruturação da indústria automotiva do seu país e autorizou, também, o repasse de mais cerca de US$ 30 bilhões – no início da crise, já tinham sido liberados US$ 20 bilhões.

Agora, o governo americano terá 60% de participação da GM, que segue com a queima de companhias, como a Opel/Vauxall, subsidiária da empresa na Europa, que não será repassada para a Fiat Auto e, sim, para o grupo canadense Magna. Espera-se assim que o pior capítulo da crise esteja no final.

O presidente da GM do Brasil, o colombiano Jaime Ardila, já comentou que as operações da filial não serão afetadas pelo processo de reestruturação da matriz americana. Acredito que haverá uma leve redução de investimentos em novos projetos e até adiamento de possíveis lançamentos de veículos no País. Na verdade, não só a Chevrolet meteu o pé no freio nos eventos de lançamentos. Na prática, quase todos os fabricantes estão mais cautelosos.

Chrysler

A americana Chrysler também iniciou a semana em uma nova fase de sua história. Depois de uma série de audiências, a montadora conseguiu a aprovação do plano de reestruturação. A "nova" Chrysler, empresa que recebeu a alcunha de "New Co", será controlada por um consórcio que tem a participação da Fiat Auto.

A montadora italiana terá 20% de participação da empresa americana, podendo chegar a 35%. As novas empresas (Chrysler e a GM) terão de produzir carros menores e menos beberrões, totalmente diferentes do que eram acostumadas. Fazendo um paralelo, a Chrysler terá que trocar um 300C por um Cinquecento.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Um carro bem familiar

A febre dos sedãs compactos traz ofertas e modelos para todos os gostos e famílias. Nos últimos anos, o brasileiro tem acompanhado uma série de reestilizações e lançamentos de novos veículos nesse segmento, a exemplo do Chevrolet Prisma, Renault Logan e do Volkswagen Voyage. Recentemente, um colega de trabalho fez a seguinte pergunta: "entre os sedãs pequenos, qual é a melhor compra?".

Desta pergunta, fiz alguns questionamentos para identificar o perfil do comprador. O sedã seria para um casal com dois filhos. O homem, que mede 1,80 metro, usaria pouco o veículo, a mulher iria trabalhar com o carro e, diariamente, teria que levar os filhos adolescentes ao colégio.

Aí, fiz uma listinha de modelos: Chevrolet Prisma, VW Voyage, Fiat Siena. Ford Fiesta (sedã) e Renault Logan. De todos, o que menos gosto é do Logan. Para mim, o veículo da Renault tem visual meio quadradão e acabamento bem espartano. Porém, é o carro que se encaixou direitinho no perfil familiar do meu colega de trabalho.

Usando a promoção da redução do IPI, ele comprou o Logan Authentique 1.0 por R$ 33.490 na revenda Renault em Salvador (BA). Entre os itens incluídos, estão o ar-condicionado, direção hidráulica, kit elétrico (vidros, travas e alarme) e pintura metálica. De quebra, ganhou o IPVA/licenciamento 2009. Para mim, fez uma boa compra.

Então, o leitor pode perguntar: fez uma boa compra? Afirmei que não sou tão fã do Logan. Acho o sedã até grandão (são 4,247 metros de comprimento, 1,740 metro de largura, 1.534 metro de altura e, na distância entre-eixos, são 2,630 metros) e bem espaçoso - no porta-malas, por exemplo, dá para transportar 476 litros. Porém, traz alguns pecados, como um simplório painel de instrumentos, retrovisores iguais para os dois lados e revestimento feito em peça única.

Por outro lado, oferece um excelente custo/benefício. A montadora francesa dá três anos de garantia (ou 10 mil km rodados) e possui um plano de revisão com preço fixo. Entre os sedãs compactos, o Logan oferece ainda o maior espaço interno e no porta-malas. E isso faz a diferença para uma família-padrão no Brasil.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Sem guerra e sem asfalto

No fim do mês passado, estive em Dubrovnik, na Croácia, para cobrir o lançamento do 3008, o primeiro crossover da Peugeot no mundo. Além das inovações tecnológicas do veículo da marca francesa, fiquei impressionado com a qualidade do asfalto e das estradas do litoral croata.

Não me lembro de ter visto buracos tampouco as crateras que nós brasileiros estamos acostumados a desviar em avenidas de grandes cidades e rodovias pelo País afora. E olhe que eles lá enfrentaram uma guerra cruel no início dos anos 90, quando praticamente toda a infra-estrutura de estradas e muitas cidades foram bombardeadas e destruídas pelas forças da antiga Iugoslávia.

Do aeroporto de Dubrovnik até Trstenik, cidade de pescadores no Mar Adriático, o piso da rodovia sinuosa está impecável e de fazer inveja ao nosso “Brasil rodoviário”. Desci algumas vezes do carro e ficava olhando para o betume de cor meio branca meio preta e com uma boa espessura e solidez. Nunca prestei tanta atenção assim a asfalto e fiquei pensando: porque o nosso não é espesso, de estrutura sólida e de petróleo bruto?

Ao retornar a Salvador no dia 2 de maio, cheguei com tempo chuvoso, que perdurou de forma intensa até este fim de semana. Além dos desabrigados, a chuva castigou demais as ruas e avenidas. Em apenas 10 dias, a maioria das vias da capital baiana virou queijo suíço com tantos buracos.

Na sexta passada, voltava do lançamento do novo Fusion, realizado na Praia do Forte, litoral norte, e fiquei assustado com os buracos e com a falta de massa asfáltica na principal via de acesso do município de Lauro de Freitas, na Grande Salvador. Tive de reduzir rapidamente a velocidade para não cair, literalmente, nos buracos que surgiram depois das últimas chuvas. Mais uma vez, lembrei do piso liso da rodovia croata.

Nem estamos em guerra e os buracos se espalham em cada dia chuvoso. Então, qual é o real motivo para o nosso asfalto ser de qualidade tão duvidosa? Conversei com um engenheiro e ele adiantou que a produção da massa asfáltica para as nossas vias deveria levar em conta a análise do tipo de solo, fluxo de carros e peso de veículos. Esta trilogia é fundamental na hora de construir o pavimento asfáltico. Com ou sem chuva, é bom ficar atento com a pista à frente.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Gripe suína

Em tempos de gripe suína, a crise financeira global ficou em segundo plano em todo o mundo. O anúncio da aliança entre a italiana Fiat e a americana Chrysler ganhou espaço reduzido na mídia. No jogo do poder, manda quem pode, já diz um ditado dos mais antigos.

Na participação das decisões na marca americana, a Fiat entra apenas com ideias e projetos, já que não vão colocar nenhum centavo nos cofres da empresa, que acabou de receber um aporte de US$ 4 bilhões do governo dos Estados Unidos.

Em comunicado à imprensa, a Fiat Auto destacou que a parceria engloba situações como a da contribuição da marca italiana "para os direitos da Chrysler em várias plataformas, tecnologias e modelos, serviços de gerenciamento, cooperação e assistência em áreas chave dos negócios da Chrysler, tais como compras e distribuição internacional e a aquisição, pela Fiat, de participação na Chrysler".

Agora, o rumo da indústria deve sofrer uma alteração significativa, principalmente nas áreas da produção de modelos compactos e de motores mais ecológico para o mercado dos Estados Unidos, que já vem absorvendo carros compactos e com motores de menor cilindrada e que, naturalmente, bebem menos e poluem menos também.

A Fiat possui inúmeros carros que podem ser comercializados na terra do Tio Sam. Entre eles, está o compacto 500, que começa a ser vendido também no Brasil a partir do segundo semestre.

Na Europa, isso já ocorre há um bom tempo. Em um dos mercados mais exigentes do mundo, não se tem espaço para carrões, como as picapes e utilitários esportivos com motores V8, por exemplo.

No ranking divulgado pelo semanário Auto Plus, a Opel, subsidiária da gigante GM Corporation, está na oitava posição entre as montadoras que mais vendem carros na França. Por lá, as marcas Citröen, Renault e Peugeot fazem direito a lição de casa e estão em primeiro, segundo e terceiro lugares, respectivamente. São seguidas pela VW, Toyota, Ford e Fiat, respectivamente, quarta, quinta, sexta e sétima posição.

Na primeira quinzena de abril, o Citroën C3 ficou no topo dos carros mais vendidos na França. Por sinal, registrou crescimento de 17% de vendas, em comparação ao mesmo período do mês de março. Por outro lado, o Peugeot 207 manteve a segunda posição, mesmo com queda de 43%. O Renault Twingo teve um crescimento surpreendente de 110%, ficando em terceiro lugar.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Motos atrás dos carros

Na semana passada, conversei com alguns motociclistas sobre o projeto de lei, de autoria do deputado baiano Marcelo Guimarâes Filho (PMDB), que pode proibir a circulação de motos e motonetas entre os veículos nas grandes cidades brasileiras.

Em São Paulo, Rio de Janeiro e em Salvador, por exemplo, esta determinação - que já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados, e encaminada ao Senado - vai de encontro ao perfil natural das motos, em especial os veículos usados por motoboys, que circulam rapidamente pelos congestionamentos. Fiquei imaginando o seguinte: peço uma pizza e o motoqueiro demora mais de uma hora para chegar em minha casa. A desculpa para a pizza fria é por conta do congestionamento de motos atrás dos carros de passeio, já que o entregador não vai querer pagar R$ 85,13 e ter uma infração média no seu prontuário, conforme prevê o tal o projeto de lei.

Por sinal, pasmem, o motoboy, segundo o que está escrito na lei, não pode nem usar o corredor entre os carros em ultrapassagens. Na prática, garantiram os colegas motociclistas, é ilusório achar que uma lei desta vai entrar na cabeça de quem roda de moto. No mínimo, o digníssimo parlamentar nunca sentou em uma motocicleta ou desconhece os princípios básicos de liberdade em cima de duas rodas.

Além disso, a motocicleta é um veículo rápido e, naturalmente, deve ser usada de forma prudente pelo condutor. Por outro lado, é bom lembrar que há limites em cima de duas rodas. Alguns motoboys são agressivos na maneira de pilotar e, muitas vezes, são despreparados para guiar uma moto. Ao contrário dos carros de passeio, as motos possuem um centro de gravidade que deve ser controlado pelo condutor.

Os números de vítimas são imprecisos, porém os acidentes com motos são a quarta causa de morte no trânsito em todo o Brasil. Por isso, os motociclistas, principalmente os motoboys, devem ser sempre prudentes. E sobre o projeto de lei, acredito que vai ser mais uma pizza fria.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Os grandalhões chegaram

O Brasil é um dos mercados emergentes que mais crescem no mundo. Em meio à crise, nenhuma montadora de veículos instalada por aqui tem o que reclamar. O governo, mais uma vez, está sendo bem paternalista com a indústria automotiva, ao dobrar o prazo da redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o carro com motor até dois litros.

Além disso, há uma maior oferta de crédito. Por outro lado, o brasileiro também tem sido bem generoso e, pelo jeito, nem está aí para a tal da crise - no primeiro semestre, foram comercializados 668,3 mil veículos, uma expansão de 3,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Este é o melhor primeiro trimestre da história da indústria automotiva nacional.

O que mais me impressiona é que o Brasil tem seguido o caminho contrário de outros países, como os Estados Unidos e a Rússia. Na terra do Tio Sam, por exemplo, as gigantes do setor automotivo (Ford, GM e Chrysler) já diminuíram a produção dos sedãs grandes, picapes e utilitários, em especial os equipados com motores V8, os chamados beberrões.

No rumo do ecologicamente correto, a indústria aposta em carros alternativos, como o elétrico Chevrolet Volt e o híbrido Toyota Prius. Até o subcompacto Smart Fortwo tem conseguido bons resultados – foram vendidos 24.600 veículos no primeiro ano de vendas – nos Estados Unidos.

Por aqui, os fun cars estão chegando (as novidades são o próprio smart e o MINI Cooper, além do Fiat 500 que deve chegar no segundo semestre). Mas a onda é a dos carrões. A Ford e a Chevrolet lançaram o Edge 3.5 V6 e o Captiva 3.4 V6, ambos com motores que bebem muito. Este ano, a filial da GM cuidou de oferecer logo o seu crossover com motor menor, o 2.4 Ecotec, para aproveitar a gana do consumidor local que tem comprado cada vez mais utilitários no País.

A oferta de modelos grandalhões tem crescido. A Hyundai, Kia e a Nissan oferecem o SantaFe 3.8 V6, Sorento 3.8 V6 e o Murano 3.5 V6, respectivamente. E olhe que nenhuma destas opções recebe o incentivo do governo federal, já que os modelos possuem motor acima de dois litros.

Mas quem não deseja um veículo com posição mais alta para dirigir, amplo espaço interno, equipamentos de segurança e de conforto (ar-condicionado, controle de estabilidade, câmbio automático e freios ABS), além de um potente motor? No Brasil, na verdade, só quem tem entre R$ 110 mil e R$ 200 mil.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Itens de segurança e de luxo

A segurança está em segundo plano no Brasil. A indústria automotiva nacional já fez 50 anos e somente, agora, as montadoras instaladas por aqui devem produzir veículos com airbag para motorista e sistema de freios ABS.

O que mais me impressionou nesta decisão dos dirigentes do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) foi a tremenda derrapada: eles trocaram um item de segurança ativa, o sistema de freios ABS, por um de segurança passiva, o airbag, ao tornar primeiro obrigatório o uso da bolsa inflável nos carros nacionais. Não é à toa que o órgão teve de fazer um remendo quase que imediato e anunciou, no fim do mês passado, que parte dos carros fabricados no País terá também como item obrigatório o sistema antibloqueio de frenagem, o ABS.

Por aqui, carro de entrada com ABS ou airbag de série só a partir de 2010. No máximo, uma ou outra montadora pode antecipar-se à obrigatoriedade para conquistar o cliente em campanhas de marketing que valorizem a segurança. De quebra, vai usar a publicadade de ter sido a primeira montadora do Brasil a incluir item de segurança ativa ou passiva na lista de equipamentos de série em modelos de baixo custo.

É bom lembrar que esta demora das montadoras de oferecer equipamentos de segurança nos carros nacionais é um reflexo também do perfil do brasileiro. Entre o sistema de ar-condicionado e o ABS, a escolha pende mais para o componente de conforto. Na verdade, o brasileiro ainda opta por itens de conforto e estética (pneus esportivos, som com MP3 e banco em couro, por exemplo).

No Brasil, nenhum dos carros de passeio de entrada oferece as bolsas infláveis ou o sistema de freios ABS de série e, na maioria, nem como opcional. Na prática, quem deseja um dos dois sistemas termina pagando ou comprando modelos do segmento intermediário, que já disponibilizam airbag e freios ABS de série. Além disso, incorporar as bolsas infláveis no volante de uma VW Kombi, por exemplo, poderia ser um investimento muito alto para a montadora e aí só facilitaria a tão anunciada aposentadoria da Velha Senhora da Volks.

Nos países europeus, o uso obrigatório de monitores eletrônicos de pressão dos pneus dos carros deve estar valendo a partir de 2012. Dispositivos de segurança como airbag e sistema de freios ABS são obrigatórios há quase 30 anos nos Estados Unidos, Japão e nos países europeus. Infelizmente, item de segurança por aqui ainda é luxo.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Serviço de manobristas

O serviço de manobristas em bares, restaurantes e casas de show já está bem solidificado em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Basta chegar e parar o carro na porta do estabelecimento e um homem ou uma mulher prontamente abre a porta para o motorista e demais passageiros do veículo.

Não sou tão fã do serviço de alguns manobristas, especialmente aqueles que mudam a configuração do banco e do volante do carro, por exemplo.

Geralmente, a gente dedica um bom tempo até encontrar a posição ideal do banco e dos retrovisores, a fim de melhorar a visibilidade do veículo, não é? Em um instante, o manobrista vai lá e tira o que você ficou alguns minutos para ajustar.

No fim do ano passado, fui com a família a um restaurante e, ao retornar ao veículo, deparei-me com tal situação. Fiquei chateado e chamei logo o manobrista que tinha acabado de devolver o veículo. E não é que ele afirmou que ninguém alterou nada e que o carro estava igualzinho como eu tinha deixado?

Além disso, você sabe onde é que realmente seu carro fica estacionado? Nem sempre, não é? As empresas de manobristas devem ter área reservada e o restaurante precisa, também, se responsabilizar pelo estacionamento do veículo.

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) defende as regras claras para o consumidor que usa o serviço de manobristas de estabelecimentos comercais. É bom lembrar que, a partir do momento em que os clientes deixam seus carros com os manobristas, os estabelecimentos - inclusive a empresa que oferece o serviço valet (manobristas que levam e trazem os veículos à porta dos estabelecimentos) - passam a ser responsáveis pela "guarda do bem". Isso inclui possíveis avarias no seu carro.

Os artigos 20 e 34 do Código de Defesa do Consumidor estabelecem "a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos" e a responsabilidade solidária - o fornecedor do serviço responde pelos atos de seus prepostos.

E, caso você receba futuramente uma multa por estacionamento irregular no horário em que você estava curtindo uma balada e seu carro estava sob as resposabilidades do serviço de manobristas, saiba que quem deve pagar são eles (restaurante ou empresa de manobristas).
Neste caso, o Procon pode ser acionado para você conseguir o pagamento da multa da casa noturna ou da própria empresa de manobristas.

Além disso, é possível ainda solicitar a transferência dos pontos da Carteira de Habilitação ao Detran. Por isso, sempre guarde o cupom do estacionamento e, antes de sair com o carro de lá, verifique se há arranhões e avarias na carroceria. Olhe também se os seus pertences continuam no interior do veículo.

terça-feira, 31 de março de 2009

IPI reduzido até junho

Esta semana fiquei na expectativa de ter um novo assunto para escrever, já que as últimas colunas foram sobre a crise financeira mundial e as repercussões da possibilidade ou não do governo federal prorrogar por mais um período a redução do IPI (imposto sobre produtos industrializados) para carros com motor até dois litros no Brasil.

O governo anunciou nesta segunda-feira o que já estava acordado com a indústria automotiva brasileira, que não poderia perder os últimos dias das promoções do IPI reduzido e, por conta disso, preferiu segurar a boa notícia para o fim do período do benefício. Agora, são mais três meses de IPI reduzido.
Quem tem algumas reservas pode aproveitar o bom momento para garantir o seu zero km com descontos que chegam a até R$ 6 mil, a depender do modelo e do preço do veículo.Desta vez, o pacote anticrise incluiu a redução do IPI para alguns produtos em várias áreas da economia brasileira.
No setor de carros de passeio,a alíquota continua zerada para modelos com motor 1.0, por exemplo. Quem quiser comprar um carro com motor de mil clindradas vai etr o desconto de 7% no preço final. Issso quer dizer que as revendas devem repassar integralmente o benefício para o consumidor.
Já no setor de duas rodas, a alíquota do IPI cai de 3% para zero. A indústria de motocicletas era uma das que mais foram atingidas pelo baque da crise. Sem crédito e sem nennhum benefício oferecido na primeira etapa do plano anticrise do governo federal, o consumidor de baixa renda terminou adiando a possibilidade de adquirir um dos inúmeros modelos de baixa cilindrada.
Se há benefícios, há também uma série de exigências. O governo federal renovou o benefício para a indústria automotiva usando o argumento de que o setor representa mais de 20% da economia nacional. Isso quer dizer que 1/5 dos recursos que circulam no País passa pela indústria de veículos.
A contrapartida, no entanto, é grande e tem que haver responsabilidade e comprometimento. O acordo da redução do IPI prevê ainda a manutenção de empregos pelas montadoras.

Redução do IPI

Carros 1.0 - de 7% para zero
Carros acima de 1.0 até 2.0 - 13% para 6% (gasolina) e 11% para 5,5% (álcool e flex)
Carros acima de dois litros - 25% (gasolina) e 18% (álcool e flex)
Picapes 1.0 - 8% para 1%
Picapes 1.0 a 2.0 - 8% para 4%
Motos - 3% para zero

terça-feira, 24 de março de 2009

Reduz ou não o IPI?

No último sábado, estava assistindo ao Jornal Nacional, da Rede Globo, e vi o anúncio promocional da Volkswagen com o compacto Gol, que pode ser adquirido por R$ 23.690, na versão G4 básica e com carroceria de duas portas. A oferta faz parte do fim do período das promoções de veículos com redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que está valendo para modelos com motor de um a dois litros até a próxima segunda-feira (31), conforme prevê a determinação anunciada pelo governo federal no pacote anticrise, no fim de 2008.

Então, isso quer dizer que falta menos de uma semana para o setor automotivo voltar a embutir o imposto no preço final do veículo, deixando de repassar, integralmente, o desconto para o consumidor?

Esta decisão, na verdade, está na caneta do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, ex-metalúrgico e que teve a sua trajetória sindical e política nas montadoras de veículos, no ABC paulista. No máximo, até a próxima sexta-feira ou no início da semana que vem será anunciada a prorrogação ou não do período da redução da alíquota do IPI para carros nacionais.

Para mim, a indústria automotiva brasileira ganhou um presentão de Papai Noel em dezembro do ano passado. Imagine se outros setores da economia, como o da construção civil, recebessem tratamento igual ou, pelo menos, equiparado ao que foi dado às montadoras de veículos? Ainda hoje, os reflexos da crise financeira mundial são fortes em vários setores da economia brasileira e alguns empreendimentos imobiliários, por exemplo, deixaram de sair do papel ou foram adiados e estão sem prazo para serem reiniciados.

Em novembro, a situação era preocupante. Com a redução da oferta de financiamento por parte dos bancos e financeiras, quem tinha condições de entrar em um financiamento de médio ou longo prazo preferiu aguardar a chuva passar, adiando a possível compra e gerando uma outra crise, a da desconfiança.

No início deste ano, o consumidor voltou a comprar, estimulado pelo bom incentivo dado pelo governo, que zerou a alíquota do IPI para modelos com motor 1.0, por exemplo. A maozinha aí segurou o volante da trajetória crescente das montadoras de veículos, que continuaram as comemorações das boas vendas em todo o Brasil.

Até o momento, nenhum fabricante deixou de cumprir o seu calendário de lançamentos. Neste mês de março, foram duas ou três apresentações de novos modelos ou de veículos reestilizados por semana. E a estimativa é a de que sejam lançados entre 50 e 60 carros até o fim de 2009.

No primeiro bimestre deste ano, o setor automotivo registrou 639.648 unidades, contra as 715.294 no mesmo período de 2008. Independentemente da queda de vendas, o período não é dos piores, ao ser comparado com o retrocesso de mercados emergentes como o da Rússia, que teve uma retração de vendas de quase 50%.

Nos bastidores, o IPI reduzido já está quase sacramentado. O governo, segundo representantes de fabricantes instalados por aqui, somente não antecipou o anúncio para não prejudicar as vendas de veículos. No seu site, a Fenabrave afirma que o governo não confirma nem descarta a intenção de estender a redução do IPI após 31 de março.

Caso haja a prorrogação do IPI, a renuncia fiscal deve ser de R$ 1,35 trilhão. Os cofres oficiais, no entanto, deixam de arrecadar mas, por outro lado, o poder público continua garantindo o aquecimento das vendas de veículos e, como consequência, mantém os postos de trabalho. De quebra, não há demissões no setor automotivo e nem a imagem do governo fica manchada em um período pré-eleitoral.

quinta-feira, 19 de março de 2009

O poder do consumidor

Usando um jargão popular bem brasileiro, o consumidor está com a faca e o queijo nas mãos. Não restam dúvidas de que a indústria automotiva nacional realmente ganhou um estímulo a mais em meio à crise financeira global, especialmente por conta da redução da alíquota do IPI (imposto sobre produtos industrializados), da garantia de recursos para financiamento do carro zero quilômetro e de promoções em feirões para diminuir o estoque nas revendas em todo o País. Tudo isso pensando exclusivamente no consumidor, não é? Nem sempre, afirmam os mais céticos.
É bom lembrar que a moeda da crise mundial tem dois lados. E cada lado desta moeda, na verdade, traz consigo uma série de interpretações.
Na semana passada, afirmei que já está na hora das montadoras de veículos instaladas por aqui começarem a perceber que cada mercado tem lá o seu perfil de consumidor. Da mesma maneira que a estratégia de vendas das multinacionais tem incluído os emergentes da América do Sul, Rússia, Índia e China, os mercados regionais no Brasil devem ser tratados à altura.
O Brasil, diga-se de passagem, está bem diante do baque da crise. As montadoras, por sua vez, querem sempre mais: oferecem vantagens, promovem feirões e dão descontos e brindes para quem quer comprar um carro zero.
No meio de tudo isso, está lá o consumidor que, na maioria das vezes, financia o tão desejado veículo em planos de até 60 parcelas, com taxas mensais de juro que giram entre 1,5% e 2%. A melhor dica é a de pesquisar e, em seguida, nunca esquecer de pechinchar.
Antes de pedir descontos, peça maiores vantagens, caso esteja entrando em um financiamento de médio ou longo prazo. O consumidor nunca deve sucumbir à publicidade.
Para quem está mais atento aos anúncios em jornais e outras publicações de grande circulação, é indicado perceber todos os detalhes (entrada, número de parcelas, taxa de juro e a maneira do financiamento (CDC, leasing ou consórcio). Faça comparativos entre três ou mais modelos da mesma faixa de preços, por exemplo.
As ofertas de veículos com motor até dois litros – os que foram beneficiados com a redução do IPI, que deve ser prorrogada pelo governo federal com novas exigências e contrapartidas da indústria automotiva brasileira – devem ser avaliadas com muito cuidado.
E, por fim, saiba que as promoções de determinados modelos têm lá os seus motivos. Além de querer diminuir o estoque dos veículos, as montadoras geralmente baixam o valor de modelos que estão no forno de mudanças visuais e da incorporação de novas tecnologias embarcadas. Mesmo assim, está é a melhor hora de comprar um carro zero ou usado. E quem está com a faca e o queijo nas mãos é você, consumidor.

domingo, 15 de março de 2009

Crescer ou encolher?

Desde setembro de 2008, a palavra crise já deve ter sido citada centenas de vezes no noticiário mundial. Ao longo deste período, observei o furacão que abalou praticamente todos os setores da economia mundial, em especial o automotivo.
Inicialmente, nem o mais pessimista dos analistas financeiros poderia apostar que gigantes da indústria de veículos – General Motors, Chrysler e a Ford – estariam com as finanças tão debilitadas. Sabe-se, agora, que o furacão está servindo como um divisor de águas.
No Brasil, percebi que a ficha da crise ainda não tinha caído para alguns gerentes de vendas e diretores de montadoras, durante o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, em outubro do ano passado.
Em uma conversa bem objetiva, questionei-os sobre como as empresas iriam enfrentar uma possível recessão na economia mundial e a iminente queda de consumo no País. Na época, eles acreditavam que a economia brasileira estava tão boa – por sinal, a indústria automotiva registrou recorde em cima de recorde nos últimos quatro anos – que a crise seria passageira e não atingiria, em hipótese alguma, a indústria nacional. Ledo engano! A crise respingou em todos os continentes e, por aqui, atingiu fortemente as vendas de carros novos.
O discurso dos presidentes e representantes das montadoras instaladas no Brasil mudou da água para o vinho. De otimista com o cenário financeiro nacional, passou-se a incluir uma série de justificativas e argumentos defensivos, apontando que, no momento pós-crise, todos deveriam se preocupar principalmente com a retração das vendas de veículos.
A partir daí, começou o drama da indústria automotiva nacional. O governo fez a sua parte e baixou a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros zero com motor até 2.0. Depois de anos de crescimento, chegou a hora de crescer ou de encolher neste momento de crise? O tempo ainda é de férias coletivas, restrição de crédito para financiamento, corte de investimentos, balanços negativos, prejuízos, demissões e até de redução de salários para os trabalhadores.
O Salão de Detroit, um dos mais tradicionais do mundo, foi um fiasco. Esvaziado pela ausência de grandes fabricantes, causou uma impressão de que a situação é bem pior. Na semana passada, por exemplo, outras notícias só fizeram reforçar que o furacão foi realmente devastador. O Salão de Barcelona, que seria realizado no mês de maio, foi cancelado por falta de quorum. O de Buenos Aires, Londres e o de Tóquio podem também seguir o mesmo caminho.
Um dia desses ouvi um analista financeiro afirmar que é melhor aproveitar os espaços da crise do que deixar-se abalar totalmente com a situação. Por isso, quem não quer ser engolido pela crise deve traçar planos ousados. No mínimo, oferecer preços mais justos e diminuir a ganância da fome capitalista pelo lucro fácil. Roberto escreve às terças

terça-feira, 10 de março de 2009

Ações regionais

Em tempos de crise financeira global, é impossível deixar de lado as avaliações dos balanços de vendas de veículos no Brasil. A Bahia é hoje o principal mercado de carros novos das regiões Norte e Nordeste do País e, mesmo assim, ainda tem montadora que torce o nariz e até dispensa as ações de marketing regionais que garantem o quinhão pelas bandas de cá.
Na Bahia, em média são comercializadas entre 8,5 mil e 9 mil unidades (carros de passeio e comerciais leves) por mês, o que pode ser considerado pouco ao comparar este montante com os números de mercados como os de São Paulo e Rio de Janeiro.
As multinacionais, no entanto, investem alto em estudos e pesquisas que procuram entender melhor o perfil e o comportamento dos consumidores e, principalmente, dos mercados onde elas se encontram. Cada mercado tem o seu consumidor, e cada consumidor vai procurar um produto, um veículo, que atenda as suas necessidades.
Considero que cada mercado deveria ser tratado de acordo com o perfil do consumidor local. É bom lembrar que já está na hora dos fabricantes de veículos começarem a dar um tratamento especial aos mercados emergentes do Brasil. Isso tem ocorrido em uma esfera mundial e, por conta das estratégias regionais, países como a China, Índia, Rússia e o Brasil possuem veículos e estratégias diferenciadas de vendas que se encaixam no gosto e no bolso destes consumidores.
Para mim, fica a impressão de que nem parece que os cerca de 9 mil veículos comprados pelos consumidores baianos fazem tanta diferença para fechar os balanços de vendas mensais e, por fim, anuais dos fabricantes de veículos instalados no Brasil.
Ainda hoje são poucas as ações de marketing e de vendas, como a realizada pela Chevrolet do Brasil que incluiu 15 praças distintas, explorando as peculiaridades de cada região – a Bahia, por exemplo, teve filmes exclusivos sobre promoções de veículos da marca no fim do ano passado – no Brasil.
Quem pretender se dar bem em um país como o nosso, deve saber lidar com as diferenças regionais. Assim, fica mais fácil perceber que, em um determinado local, vendem-se mais modelos compactos, veículos na cor branca ou vermelha ou carros equipados com sistema de ar condicionado, por exemplo.
No primeiro mês de 2009, a Fiat saiu na frente na Bahia e emplacou 714 unidades do Uno Mille, que desbancou o compacto Gol, com 648 veículos –, veículo campeão de vendas há mais de duas décadas no mercado brasileiro. Na lista do Top 10 da Bahia, o Palio ficou em terceiro lugar (567). Em janeiro, o Corsa sedã (463), Celta (312) e o Fiesta hatch (382) ficaram em quarto, quinto e sexto lugares, respectivamente. O Ford Ka registrou 387 emplacamentos, seguido do Siena (324), Corsa hatch (324) e Palio Weekend (180).

quarta-feira, 4 de março de 2009

Selo de combustível

Responda rápido: você sabe exatamente qual é o consumo de combustível do seu veículo? Nem sempre, certo? Nesta questão, tenho uma boa notícia e outra ruim. Primeiro, vamos à boa, não é? A partir de abril deste ano esta situação deve acabar. Os veículos produzidos no Brasil poderão oferecer o selo de combustível, igual ao certificado de energia usado pela indústria de eletro-domésticos (geladeiras, microondas, fogão, entre outros).
Longe de ser uma novidade para a indústria automotiva, o selo de combustível já é conhecido e utilizado nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão, China e em países do continente europeu. Enquanto lá os fabricantes agem corretamente ao divulgar com detalhes as informações do consumo de combustível dos carros, por aqui, as montadoras de veículos instaladas no País – diga-se de passagem, as mesmas multinacionais – preferem nem mostrar ou, quando apresentam, divulgam números bem otimistas de consumo. De quebra, supervalorizam a autonomia de seus veículos.
Esta situação, na maioria das vezes, traz dúvidas para os donos de carros mais atentos. Basta perceber que um modelo equipado com motor de mil cilindradas não consegue mais fazer 15 km ou 18 km com um litro de gasolina. No máximo, faz 11 km ou 12 km. E isso depende muito do estilo de condução do motorista, das condições das estradas e até da manutenção do carro.

Além disso, os propulsores estão cada vez mais potentes – um motor 1.0, por exemplo, despeja de 70 a 90 cavalos – e, por isso, estão mais beberrões também.
De forma estranha, os dados de consumo dos fabricantes de veículos nem sempre acompanham o aumento da potência dos motores. A calculadora, na verdade, deveria está ajustada da seguinte forma: quanto mais cavalos, maior seria o consumo de combustível. Mas, as montadoras insistem em apresentar números que, para mim, são para lá de duvidosos.
É bom lembrar que o selo de consumo dos automóveis é um avanço da indústria automotiva nacional. Com ele, o consumidor terá a chance de, antes mesmo de comprar o veículo desejado, comparar o consumo de dois ou três modelos similares e, somente depois desta avaliação, decidir pelo carro que ofereça maior vantagem na questão economia de combustível.
Lançado durante o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, em outubro do ano passado, o selo de combustível – o nome oficial é etiqueta nacional de conservação de energia para automóveis – servirá, basicamente, para classificar os veículos nacionais mais econômicos e, como consequência, os menos agressivos ao meio ambiente.

O selo será fiscalizado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia) em todo o Brasil.
Para finalizar, a notícia ruim. A maioria das montadoras instaladas no país até assinou o termo de compromisso do selo de combustível, porém, não são obrigadas a participar do programa.

A partir de abril, é voluntária a instalação ou não da etiqueta nacional de conservação de energia nos carros nacionais. Para mim, fica apenas o desejo de que, no mês de abril próximo, os nossos veículos estejam devidamente com o tão esperado selo de combustível.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Fugindo da crise

Na quarta-feira de Cinzas (25), coloquei a frase "Feliz 2009, o ano começou" no meu MSN, em alusão à máxima brasileira de que o Ano Novo começa somente depois do Carnaval. No mesmo dia, recebi alguns comentários de amigos online, uns concordando e outros até dizendo que o ano de 2009 já havia começado há dois meses.
Na mesma quarta, chega a primeira notícia do ano: a japonesa Mitsubishi anunciou que, por conta da crise financeira mundial, planeja transferir no ano fiscal de 2009, que se inicia no mês que vem no Japão, parte da sua produção de veículos para o Brasil.
Na semana passada, a General Motors Corporation e a alemã Volkswagen divulgaram o prejuízo líquido de US$ 30,9 bilhões e o afastamento de 1,6 mil trabalhadores temporários em fábricas de todo o mundo, respectivamente. Por enquanto, a Volks informa que o ajuste da matriz não afetará as fábricas no Brasil. Já a situação da GM é mais complicada.
E o que está por trás de uma decisão de tamanha importância, como a da Mitsubishi? Money, meu caro! Se, no país do Sol Nascente, as vendas estão fracas, os balanços financeiros continuam no vermelho e a ameaça de demissões assola a indústria automotiva, está na hora de tomar posturas mais agressivas.
Os diretores da montadora japonesa devem ter avaliado os argumentos positivos do Brasil, País onde a indústria automotiva está em plena expansão e os agentes financeiros e o governo deram aporte de recursos e fiscal. Além disso, a mão-de-obra aqui é mais barata, as exigências fiscais e ambientais são menores e os encargos da produção industrial são baixos, ao serem comparados com os que são cobrados no Japão.
A Mitsubishi, por sua vez, já tem parceria com a MMC Automotores do Brasil, do Grupo Souza Ramos, na fábrica de Catalão (GO). Da unidade fabril saem os modelos L200 Triton, L200 Sport, o jipinho TR4 e Pajero Sport. A intenção da montadora japonesa, no entanto, seria transferir gradativamente a sua produção de veículos para o Brasil, usando o País como base de exportações de veículos para os mercados da América do Sul e México.
Inicialmente, o SUV Pajero Full seria o primeiro carro a ser produzido por aqui. Em seguida, outros poderiam também ser feitos em Catalão, atingindo a produção de 50 mil unidades, mais chassis, motores e outros componentes que viriam diretos do Japão.
A decisão, caso seja confirmada neste mês de março, só faz fortalecer a nossa indústria automotiva. Porém, o governo deve estimular a chegada de novas fábricas de produção de veículos, desde que as empresas se comprometam em investir em qualificação da mão-de-obra e em instalações modernas.
O que não vale é chegar, receber todos os incentivos fiscais, tirando os proveitos do baixo custo de produção e dos acordos do Brasil com países da América do Sul e México e, na primeira crise local, mudar-se para outro país mais lucrativo.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Cuidado com o transporte escolar

Nos idos dos anos 90, a prefeitura de Nova Iorque lançou o plano do regime de tolerância zero. Para atacar o avanço da criminalidade, os policiais novaiorquinos coibiam qualquer tipo de ação da bandidagem – do batedor de carteira até o jovem que vendia drogas nos bairros da periferia da cidade. A ordem era atacar e botar ordem na maior metrópole dos Estados Unidos.
Devendo a tese do regime de tolerância zero. No trânsito, especialmente no Brasil, traria ganhos reais. Percebo que, desde a criação do Código de Transito Brasileiro (CTB), em julho de 1995, algumas leis pegaram e outras, infelizmente, não caíram na graça do povo. Na prática, não são respeitadas. É motorista dirigindo conversando ao celular, criança sem cinto de segurança e no banco da frente, motoqueiros circulando sem capacete e, sem contar, as furadas de sinal vermelho, carros estacionados em local proibido e motoristas que dirigem de forma imprudente, mais parecendo que estão em uma pista de corrida.
Recentemente, uma amiga fez a seguinte pergunta: O motorista de transporte escolar pode levar quatro crianças no banco de trás de um carro de passeio? Lógico que não, gente! Para quem desconhece, há normas para o transporte escolar. O artigo 136 do CTB determina que os veículos escolares, destinados para a condução coletiva de crianças, só podem circular nas vias com autorização emitida pelos órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal.
E tais exigências são realmente rígidas. Os condutores do transporte escolar, de acordo com o artigo 138 do CTB, devem ter idade superior a 21 anos e serem habilitados na categoria D. Além disso, os carros devem ter registro como veículo de passageiros (para mais de sete pessoas), com pintura obrigatória de uma faixa horizontal na cor amarela, com 40 centímetros de largura em toda a extensão das partes laterais.
No planejamento do ano, quem tem filho nunca deve contratar um motorista que usa o seu carro particular para fazer o transporte escolar. E verifique também se todas as crianças são realmente transportadas no banco de trás e, lógico, com o cinto de segurança. O tal jeitinho brasileiro é tão ilegal quanto a atitude do motoqueiro que adora desfilar sem a habilitação e itens de segurança, como o capacete.
Para quem leva criança sem usar o cinto de segurança, abusa do limite do veículo e, de quebra, faz o transporte “ilegal” em veículo não cadastrado, os agentes de trânsito deveriam agir com tolerância zero – multa de R$ 210, cinco pontos no prontuário da CNH e mais a retenção do veículo – e sem conversinhas.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A mídia espontânea do Carnaval baiano

O Carnaval é uma exposição de mídia espontânea para todas as marcas. É bom lembrar que a folia baiana é animada por dezenas de trios elétricos, caminhões que são verdadeiros palcos circulantes para as estrelas do axé music.

Por isso, a parceria entre a folia baiana e a indústria automotiva é extremamente importante e indispensável para a alegria de todos os foliões. Este ano, as montadoras Fiat, Chevrolet, Ford e Renault estão com suas marcas nos circuitos da folia baiana.


Nesta quinta-feira, 19, a Fiat esteve presente na mais tradicional feijoada pré-carnavalesca de Salvador, a Feijoada Alô Imprensa 2009. O evento, realizado em parceria com a Oxagrian Assessoria de Comunicação e a Bridgestone, aconteceu no Forte de São Diogo, na Barra, para 1.000 convidados, entre eles jornalistas e artistas.

A partir de hoje, já está valendo o reinado do Momo Gerônimo, cantor e esculhambador oficial da folia baiana. Com isso, os holofotes devem girar para todos os lados.

E a Chevrolet escolheu o melhor lugar para garantir uma boa exposição de mídia. Nesta sexta-feira, sai o bloco Axé Chevrolet com a banda Motumbá no circuito Barra/Ondina. A Chevrolet promove também mais uma ação de varejo no Camarote Contigo! Daniela Mercury, um dos mais badalados do Carnaval de Salvador.

Pelo segundo ano consecutivo, a marca terá presença marcante na pista de dança, onde centenas de celebridades vão participar e se agitar durante os sete dias de folia.

Já a Ford fechou a parceria com os blocos Camaleão, Voa-Voa e Nana Banana, além do Camarote do Nana – todos relacionados ao Chiclete com Banana, a banda de maior sucesso da Bahia. É o 8º ano consecutivo que a Ford está na folia.

Este ano, a Renault também decidiu aproveitar os holofotes da muvuca baiana. Na entrada do Camarote Planeta Othon, foram colocados dois Sandero, incluisve a versão Stepway, para os foliões apreciarem entre um drink e outro. E olhe que o Planeta Othon, um dos camarotes mais badalados do circuito Barra/Ondina, deve ferver durante o Carnaval. Bom para a Renault que vai estar próxima de clientes potenciais de seus veículos.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Está na hora do carro usado

O ano de 2009 começou igual ao fim de 2008 para o setor de usados. O pacote anticrise do governo federal – que reduziu a alíquota do IPI para carros com motor até 2.0 – funcionou como uma ducha de água fria na cabeça dos lojistas de seminovos. Não restam dúvidas de que a ação foi imediata para auxiliar os fabricantes de veículos, porém o governo e os agentes financeiros deixaram de fora a opção da compra do carro com dois anos de uso.
Na última sexta-feira, 13, o pesadelo dos donos de lojas de usados ganhou contornos menos tensos. A Nossa Caixa, instituição financeira do Estado de São Paulo, anunciou que a linha de crédito de R$ 4 bilhões, liberada desde o mês de novembro do ano passado para o setor de novos, foi estendida para a compra de carros usados. Na verdade, a decisão é acertada, mas chegou um pouco atrasada.

Sem se beneficiar dos incentivos fiscais e de linhas de crédito de financiamento dos bancos, as lojas de usados amargaram um trimestre de prejuízos. A falta de crédito no setor de usados empurrou facilmente os consumidores para as revendas de carros zero. Com isso, houve uma enxurrada de demissões e até o fechamento de inúmeras lojas de seminovos em todo o Brasil.

Os consumidores são os mais beneficiados. Agora, eles já podem usar o crédito – os planos de 48 meses possuem taxa média de juros 1.4% ao mês - para comprar carros usados. É bom lembrar que a medida é restrita apenas ao Estado de São Paulo, o que é preocupante. Outros estados brasileiros, especialmente os das regiões Norte e Nordeste, ainda não agiram com ações pontuais para minimizar os efeitos devastadores da crise financeira mundial em setores da economia, como o automotivo.
No ápice da crise, em novembro do ano passado, os lojistas baianos já demonstravam uma enorme preocupação com o aumento das restrições no financiamento e a falta de linha de crédito para a compra dos carros usados. Na época, cogitava-se que pelo menos 20% das 500 lojas do setor de usados em Salvador deveriam lacrar as suas portas. Hoje, a situação não é tão boa. O preço do carro usado despencou e, no momento, quem não depende de financiamento para comprar um veículo vai escolher um modelo zero km.
Os descontos são de R$ 3 mil até R$ 5 mil. Exemplo disso é o preço de um Fiat Siena, modelo 2007 com kit Celebration. Em agosto, o veículo era vendido por R$ 25 mil. Na semana passada, o mesmo carro foi cotado em R$ 21 mil. Esta é a hora de comprar carro usado.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

E vai rolar a festa da Stock Car na Bahia

No fim do ano passado, fiquei surpreso e, ao mesmo tempo, entusiasmado com o anúncio da realização de uma prova de rua da Copa Nextel Stock Car, em Salvador. Ao checar o site oficial (www.stockcar.globo.com) da categoria mais importante do automobilismo brasileiro, tive a garantia de que a corrida, marcada para o dia 5 de julho, servirá para a Bahia mostrar que sabe organizar grandes eventos esportivos com a mesma maestria que promove a maior festa popular do mundo, o carnaval.
Mas nem tudo é festa. Para garantir uma das 12 etapas da temporada da Stock Car 2009 cada um deve cumprir, obrigatoriamente, a sua parte. A Federação de Automobilismo da Bahia, afiliada à CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), já enviou uma série de relatórios técnicos sobre traçados de rua que ofereçam segurança para o público e, especialmente, para os pilotos realizarem as suas manobras e ultrapassagens nas categorias Júnior, Light e V8.
A Vicar Promoções Desportivas S.A., organizadora da Stock Car, vem ensaiando a prova de Salvador há duas temporadas, fez pelo menos cinco vistorias no traçado indicado pela FAB e, desta vez, quer desatar os nós dos trâmites burocráticos para a liberação das ruas do CAB (Centro Administrativo da Bahia), local que possui áreas de escape, boas curvas e retas para garantir a vibração da plateia como, também, dos pilotos.
Se, por um lado, a Prefeitura de Salvador está dando total apoio ao evento automobilístico, o governo baiano tem colocado mais exigências do que realmente deveria. Na prática, quem sai perdendo são os amantes do automobilismo na Bahia que, além de não terem um autódromo para competições deste porte (na região metropolitana da capital baiana, há apenas o Kartódromo Airton Senna), estão órfãos de corridas memoráveis, como as que eram realizadas nas avenidas Centenário e Oceânica, entre os anos 50 e 60.
Neste período, pilotos como Lulu Geladeira e Mário Monteiro rivalizavam para chegar à frente em curvas e na bandeirada final. Infelizmente, só conseguimos ver hoje a atuação de baianos, a exemplo de Tony Kanaan, campeão da Fórmula Indy em 2004, e de revelações, como Patrick Gonçalves, Diego Freitas e Luiz Razia, pela tela da TV.
Só para se ter uma ideia do montante de recursos que envolve um evento de tamanha magnitude, o Rio de Janeiro sediou a prova do milhão – o piloto vencedor Valdeno Brito, da equipe Medley/A. Mattheis, recebeu o prêmio de U$S 1 milhão.
A confirmação da etapa baiana da Stock Car pode até acelerar o projeto de construção de um autódromo, incluindo definitivamente as competições automobilísticas no nosso calendário esportivo. Mais uma vez, a decisão passa pela vontade e, principalmente, pela caneta do poder público. O governo baiano já assinou dois protocolos de intenções – um com o pessoal da FBA, que dispõe de terreno e do apoio da prefeitura de Camaçari, município que abriga dezenas de empresas do Polo Petroquímico e do Complexo Automotivo da Ford, e o outro com um grupo de empresários do setor turístico da região do Baixio, no litoral norte – para a construção do tão sonhado autódromo.
A "praça de corridas", segundo dirigentes da FAB, é um sonho antigo e, nesta primeira fase, está orçada em cerca de R$ 300 milhões. Entre as duas localidades, sigo a preferência de pilotos e cartolas do automobilismo baiano que querem o autódromo em Camaçari, menos de 30 km de distância de Salvador e com total infraestrutura (aeroporto, rede hoteleira e, de quebra, belas praias) para abrigar pilotos e suas equipes.