terça-feira, 28 de abril de 2009

Motos atrás dos carros

Na semana passada, conversei com alguns motociclistas sobre o projeto de lei, de autoria do deputado baiano Marcelo Guimarâes Filho (PMDB), que pode proibir a circulação de motos e motonetas entre os veículos nas grandes cidades brasileiras.

Em São Paulo, Rio de Janeiro e em Salvador, por exemplo, esta determinação - que já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados, e encaminada ao Senado - vai de encontro ao perfil natural das motos, em especial os veículos usados por motoboys, que circulam rapidamente pelos congestionamentos. Fiquei imaginando o seguinte: peço uma pizza e o motoqueiro demora mais de uma hora para chegar em minha casa. A desculpa para a pizza fria é por conta do congestionamento de motos atrás dos carros de passeio, já que o entregador não vai querer pagar R$ 85,13 e ter uma infração média no seu prontuário, conforme prevê o tal o projeto de lei.

Por sinal, pasmem, o motoboy, segundo o que está escrito na lei, não pode nem usar o corredor entre os carros em ultrapassagens. Na prática, garantiram os colegas motociclistas, é ilusório achar que uma lei desta vai entrar na cabeça de quem roda de moto. No mínimo, o digníssimo parlamentar nunca sentou em uma motocicleta ou desconhece os princípios básicos de liberdade em cima de duas rodas.

Além disso, a motocicleta é um veículo rápido e, naturalmente, deve ser usada de forma prudente pelo condutor. Por outro lado, é bom lembrar que há limites em cima de duas rodas. Alguns motoboys são agressivos na maneira de pilotar e, muitas vezes, são despreparados para guiar uma moto. Ao contrário dos carros de passeio, as motos possuem um centro de gravidade que deve ser controlado pelo condutor.

Os números de vítimas são imprecisos, porém os acidentes com motos são a quarta causa de morte no trânsito em todo o Brasil. Por isso, os motociclistas, principalmente os motoboys, devem ser sempre prudentes. E sobre o projeto de lei, acredito que vai ser mais uma pizza fria.

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