terça-feira, 28 de julho de 2009

Marketing puro

Em fevereiro de 2006, a Honda lançou o Fit 2007, causando espanto entre muitos brasileiros. A partir daí, virou uma prática das montadoras de veículos anteciparem as suas versões futuras no mercado nacional. Agora, a situação é mais estranha e, ao mesmo tempo, surpreendente. O carro nem foi lançado pelo fabricante e os consumidores já podem ver o veículo em uma revenda autorizada, com direito a conhecer os detalhes dos pacotes de equipamentos de série e entrar em cada uma das versões. De quebra, vai para casa com um folder detalhado do modelo que será lançado, com o preço de cada versão.

Na semana passada, isso ocorreu com os lançamentos da Kia e da Honda, que mandaram os seus veículos - o crossover Soul e o sedã City, respectivamente - para serem mostrados aos consumidores em suas revendas no País.

A nova ação de marketing das montadoras traz benefícios para o consumidor. Assim, dá para comparar o preço das versões do novo veículo com outros concorrentes diretos, avaliando qual seria a melhor opção entre os modelos ofertados por outras marcas. Somente depois disso, tomaria uma decisão mais abalisada e equilibrada sobre o veículo a ser comprado.

Na última terça-feira, encontrei o gerente de vendas Luiz Heine, da Imperial/Honda (Salvador), e disse que iria na quarta-feira (29) para o lançamento do novo sedã City, em Campinas (SP). Ele me adiantou que já estava com uma dezena de carros na revenda e que iria expor o Honda City 2008/2009 para os clientes no showroom. Para complementar a conversa, anunciou o valor do City - entre R$ 58 mil, na versão de entrada com câmbio manual, e R$ 73 mil, na configuração topo da gama, com transmissão automática.

Durante alguns dias, fiquei com essa história ruminando na minha na cabeça e, no fim de semana, dei uma passada em uma das lojas da Imperial/Honda. Ao estacionar, já percebi que havia uma movimentação no showroom. Estava lá pelo menos cinco City com uma legião de futuros compradores. Os mais curiosos abriam o porta-malas - são 506 litros de capacidade de carga -, entravam no carro e mexiam nos botôes do painel de instrumentos. Vi um vendedor sentado em uma mesa e perguntei se ele já tinha o valor do novo sedã da Honda. Abriu uma pasta e passou um folder informativo.

O novo Honda City LX com motor I-VTEC 16V, de 115 cavalos de potência, vai custar R$ 58.590. De série, traz sistema de ar-condicionado, computador de bordo, trio elétrico (vidros, travas e retrovisores), direção hidráulica, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas. Entre outros equipamentos, vem ainda com frisos laterais na cor do veículo, CD player com MP3 e entrada auxiliar e USB e encosto de cabeça e cinco de três pontos para todos os ocupantes.

Comecei a semana fazendo a seguinte pergunta: vou ou não para o lançamento do Honda City? Como já tenho toda a ficha técnica do novo sedã da marca japonesa, basta agora andar no veículo para ter a primeira impressão. Aqui, o modelo causou um certo rebuliço na sua exposição estática no showroom da revenda. Porém, ninguém teve o direito ainda de fazer um teste drive, que será realizado em Campinas para a imprensa especializada brasileira.

Vendido em cerca de 40 países, o City chega ao Brasil sem concorrentes diretos. O valor do novo modelo da Honda o deixa na faixa intermediária de preços entre os sedãs compactos e os médios. Produzido na fábrica de Sumaré (SP), o City é o terceiro veículo da Honda fabricado no Brasil e deve, sem dúvida, inaugurar um novo conceito de veículo no País.