terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Mercados e perfis

De uns tempos para cá, fiquei partidário das ações e promoções que respeitam o consumidor pelo seu perfil. E quando mencionam o perfil não são apenas as questões relacionadas ao gosto entre um sedã e um hatch, por exemplo.

Em um país como o Brasil, não dá mais para tratar o consumidor das regiões Norte e Nordeste como se ele fosse paulista, carioca ou mineiro. Em respeito aos estados brasileiros mais desenvolvidos, a situação é a mesma das multinacionais europeias, japonesas e norteamericanas: "empurram" carros para cá, sem antes perceberem que há enormes diferenças entre os mercados consumidores no mundo.

Por isso, defendo ações regionais, como a de enviar mais modelos esportivos, descapotáveis e compactos nas cores vermelha e amarela para os estados das regiões Norte e Nordeste do Brasil. A monocromia é um mal da indústria automotiva, e não se pode dizer que o consumidor é quem escolhe um veículo prata, preto ou cinza.

O balanço parcial de dezembro da Fenabrave indica que as vendas crescem mais por aqui que em estados das regiões Sul e Sudeste. Na primeira quinzena do mês passado, a região Nordeste ficou com 13,58% da participação das vendas de automóveis no Brasil. A região Norte registrou 3,66%. As regiões Sudeste (54,11%), Sul (19,95%) e Centro Oeste (19,24%) estão em primeiro, segundo e terceiro lugares, respectivamente.

De todas, a que mais cresce - proporcionamelmente ao tamanho do mercado consumidor - é a região Nordeste. Portanto, seria interessante as montadoras instaladas no Brasil começarem a dar maior destaque ao consumidor desses estados.

Em cidades como São Paulo, não dá mais para andar de carro. Por aqui, o sonho do carro zero ainda está no imaginário de muitos. Com o poder aquisitivo em alta e investimentos de infra-estrutura, o dinheiro circula mais pelas bandas de cá, e as facilidades do financiamento deixam o sonho do carro zero bem mais real na vida de nortistas e nordestinos.