terça-feira, 2 de junho de 2009

Um trocado para a GMC

Sou proprietário de um Chevrolet Corsa 1.4 Econo.Flex. E justamente ontem, no dia do anúncio oficial da concordata de uma das big three da indústria automotiva dos Estados Unidos, paguei uma prestação do meu financiamento do Banco GMAC. A sensação imediata foi de estar ajudando a General Motors Corporation (GMC) a sair da bancarrota da falência e, em consequência, do pior momento da sua história de 101 anos no mundo.

Mas, o pagamento do meu financiamento automotivo está longe de ser uma ajuda substancial, já que a concordata da GMC traz alguns pontos que o caro leitor pode até nem conhecer.

Inicialmente, é bom ficar claro que a situação da fabricante de veículos está diretamente atrelada à capacidade – ou a falta – de administrar um conglomerado de empresas (GM, Chevrolet, Opel, Vauxall, Saab, Hummer, Saturn, entre outras). Por outro lado, não há garantias de que todas as fábricas ficarão em pleno funcionamento – a GM já anunciou que vai fechar 12 fábricas e os empregados tiveram até que abrir uma série de concessões trabalhistas, nos Estados Unidos.

Na minha opinião, o recurso da concordata foi uma maneira inteligente da GMC receber mais um aporte financeiro da Casa Branca. De lá, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou, ontem, a reestruturação da indústria automotiva do seu país e autorizou, também, o repasse de mais cerca de US$ 30 bilhões – no início da crise, já tinham sido liberados US$ 20 bilhões.

Agora, o governo americano terá 60% de participação da GM, que segue com a queima de companhias, como a Opel/Vauxall, subsidiária da empresa na Europa, que não será repassada para a Fiat Auto e, sim, para o grupo canadense Magna. Espera-se assim que o pior capítulo da crise esteja no final.

O presidente da GM do Brasil, o colombiano Jaime Ardila, já comentou que as operações da filial não serão afetadas pelo processo de reestruturação da matriz americana. Acredito que haverá uma leve redução de investimentos em novos projetos e até adiamento de possíveis lançamentos de veículos no País. Na verdade, não só a Chevrolet meteu o pé no freio nos eventos de lançamentos. Na prática, quase todos os fabricantes estão mais cautelosos.

Chrysler

A americana Chrysler também iniciou a semana em uma nova fase de sua história. Depois de uma série de audiências, a montadora conseguiu a aprovação do plano de reestruturação. A "nova" Chrysler, empresa que recebeu a alcunha de "New Co", será controlada por um consórcio que tem a participação da Fiat Auto.

A montadora italiana terá 20% de participação da empresa americana, podendo chegar a 35%. As novas empresas (Chrysler e a GM) terão de produzir carros menores e menos beberrões, totalmente diferentes do que eram acostumadas. Fazendo um paralelo, a Chrysler terá que trocar um 300C por um Cinquecento.