terça-feira, 12 de maio de 2009

Sem guerra e sem asfalto

No fim do mês passado, estive em Dubrovnik, na Croácia, para cobrir o lançamento do 3008, o primeiro crossover da Peugeot no mundo. Além das inovações tecnológicas do veículo da marca francesa, fiquei impressionado com a qualidade do asfalto e das estradas do litoral croata.

Não me lembro de ter visto buracos tampouco as crateras que nós brasileiros estamos acostumados a desviar em avenidas de grandes cidades e rodovias pelo País afora. E olhe que eles lá enfrentaram uma guerra cruel no início dos anos 90, quando praticamente toda a infra-estrutura de estradas e muitas cidades foram bombardeadas e destruídas pelas forças da antiga Iugoslávia.

Do aeroporto de Dubrovnik até Trstenik, cidade de pescadores no Mar Adriático, o piso da rodovia sinuosa está impecável e de fazer inveja ao nosso “Brasil rodoviário”. Desci algumas vezes do carro e ficava olhando para o betume de cor meio branca meio preta e com uma boa espessura e solidez. Nunca prestei tanta atenção assim a asfalto e fiquei pensando: porque o nosso não é espesso, de estrutura sólida e de petróleo bruto?

Ao retornar a Salvador no dia 2 de maio, cheguei com tempo chuvoso, que perdurou de forma intensa até este fim de semana. Além dos desabrigados, a chuva castigou demais as ruas e avenidas. Em apenas 10 dias, a maioria das vias da capital baiana virou queijo suíço com tantos buracos.

Na sexta passada, voltava do lançamento do novo Fusion, realizado na Praia do Forte, litoral norte, e fiquei assustado com os buracos e com a falta de massa asfáltica na principal via de acesso do município de Lauro de Freitas, na Grande Salvador. Tive de reduzir rapidamente a velocidade para não cair, literalmente, nos buracos que surgiram depois das últimas chuvas. Mais uma vez, lembrei do piso liso da rodovia croata.

Nem estamos em guerra e os buracos se espalham em cada dia chuvoso. Então, qual é o real motivo para o nosso asfalto ser de qualidade tão duvidosa? Conversei com um engenheiro e ele adiantou que a produção da massa asfáltica para as nossas vias deveria levar em conta a análise do tipo de solo, fluxo de carros e peso de veículos. Esta trilogia é fundamental na hora de construir o pavimento asfáltico. Com ou sem chuva, é bom ficar atento com a pista à frente.