O Brasil é um dos mercados emergentes que mais crescem no mundo. Em meio à crise, nenhuma montadora de veículos instalada por aqui tem o que reclamar. O governo, mais uma vez, está sendo bem paternalista com a indústria automotiva, ao dobrar o prazo da redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o carro com motor até dois litros.
Além disso, há uma maior oferta de crédito. Por outro lado, o brasileiro também tem sido bem generoso e, pelo jeito, nem está aí para a tal da crise - no primeiro semestre, foram comercializados 668,3 mil veículos, uma expansão de 3,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Este é o melhor primeiro trimestre da história da indústria automotiva nacional.
O que mais me impressiona é que o Brasil tem seguido o caminho contrário de outros países, como os Estados Unidos e a Rússia. Na terra do Tio Sam, por exemplo, as gigantes do setor automotivo (Ford, GM e Chrysler) já diminuíram a produção dos sedãs grandes, picapes e utilitários, em especial os equipados com motores V8, os chamados beberrões.
No rumo do ecologicamente correto, a indústria aposta em carros alternativos, como o elétrico Chevrolet Volt e o híbrido Toyota Prius. Até o subcompacto Smart Fortwo tem conseguido bons resultados – foram vendidos 24.600 veículos no primeiro ano de vendas – nos Estados Unidos.
Por aqui, os fun cars estão chegando (as novidades são o próprio smart e o MINI Cooper, além do Fiat 500 que deve chegar no segundo semestre). Mas a onda é a dos carrões. A Ford e a Chevrolet lançaram o Edge 3.5 V6 e o Captiva 3.4 V6, ambos com motores que bebem muito. Este ano, a filial da GM cuidou de oferecer logo o seu crossover com motor menor, o 2.4 Ecotec, para aproveitar a gana do consumidor local que tem comprado cada vez mais utilitários no País.
A oferta de modelos grandalhões tem crescido. A Hyundai, Kia e a Nissan oferecem o SantaFe 3.8 V6, Sorento 3.8 V6 e o Murano 3.5 V6, respectivamente. E olhe que nenhuma destas opções recebe o incentivo do governo federal, já que os modelos possuem motor acima de dois litros.
Mas quem não deseja um veículo com posição mais alta para dirigir, amplo espaço interno, equipamentos de segurança e de conforto (ar-condicionado, controle de estabilidade, câmbio automático e freios ABS), além de um potente motor? No Brasil, na verdade, só quem tem entre R$ 110 mil e R$ 200 mil.
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