quinta-feira, 19 de março de 2009

O poder do consumidor

Usando um jargão popular bem brasileiro, o consumidor está com a faca e o queijo nas mãos. Não restam dúvidas de que a indústria automotiva nacional realmente ganhou um estímulo a mais em meio à crise financeira global, especialmente por conta da redução da alíquota do IPI (imposto sobre produtos industrializados), da garantia de recursos para financiamento do carro zero quilômetro e de promoções em feirões para diminuir o estoque nas revendas em todo o País. Tudo isso pensando exclusivamente no consumidor, não é? Nem sempre, afirmam os mais céticos.
É bom lembrar que a moeda da crise mundial tem dois lados. E cada lado desta moeda, na verdade, traz consigo uma série de interpretações.
Na semana passada, afirmei que já está na hora das montadoras de veículos instaladas por aqui começarem a perceber que cada mercado tem lá o seu perfil de consumidor. Da mesma maneira que a estratégia de vendas das multinacionais tem incluído os emergentes da América do Sul, Rússia, Índia e China, os mercados regionais no Brasil devem ser tratados à altura.
O Brasil, diga-se de passagem, está bem diante do baque da crise. As montadoras, por sua vez, querem sempre mais: oferecem vantagens, promovem feirões e dão descontos e brindes para quem quer comprar um carro zero.
No meio de tudo isso, está lá o consumidor que, na maioria das vezes, financia o tão desejado veículo em planos de até 60 parcelas, com taxas mensais de juro que giram entre 1,5% e 2%. A melhor dica é a de pesquisar e, em seguida, nunca esquecer de pechinchar.
Antes de pedir descontos, peça maiores vantagens, caso esteja entrando em um financiamento de médio ou longo prazo. O consumidor nunca deve sucumbir à publicidade.
Para quem está mais atento aos anúncios em jornais e outras publicações de grande circulação, é indicado perceber todos os detalhes (entrada, número de parcelas, taxa de juro e a maneira do financiamento (CDC, leasing ou consórcio). Faça comparativos entre três ou mais modelos da mesma faixa de preços, por exemplo.
As ofertas de veículos com motor até dois litros – os que foram beneficiados com a redução do IPI, que deve ser prorrogada pelo governo federal com novas exigências e contrapartidas da indústria automotiva brasileira – devem ser avaliadas com muito cuidado.
E, por fim, saiba que as promoções de determinados modelos têm lá os seus motivos. Além de querer diminuir o estoque dos veículos, as montadoras geralmente baixam o valor de modelos que estão no forno de mudanças visuais e da incorporação de novas tecnologias embarcadas. Mesmo assim, está é a melhor hora de comprar um carro zero ou usado. E quem está com a faca e o queijo nas mãos é você, consumidor.

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