quarta-feira, 4 de março de 2009

Selo de combustível

Responda rápido: você sabe exatamente qual é o consumo de combustível do seu veículo? Nem sempre, certo? Nesta questão, tenho uma boa notícia e outra ruim. Primeiro, vamos à boa, não é? A partir de abril deste ano esta situação deve acabar. Os veículos produzidos no Brasil poderão oferecer o selo de combustível, igual ao certificado de energia usado pela indústria de eletro-domésticos (geladeiras, microondas, fogão, entre outros).
Longe de ser uma novidade para a indústria automotiva, o selo de combustível já é conhecido e utilizado nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão, China e em países do continente europeu. Enquanto lá os fabricantes agem corretamente ao divulgar com detalhes as informações do consumo de combustível dos carros, por aqui, as montadoras de veículos instaladas no País – diga-se de passagem, as mesmas multinacionais – preferem nem mostrar ou, quando apresentam, divulgam números bem otimistas de consumo. De quebra, supervalorizam a autonomia de seus veículos.
Esta situação, na maioria das vezes, traz dúvidas para os donos de carros mais atentos. Basta perceber que um modelo equipado com motor de mil cilindradas não consegue mais fazer 15 km ou 18 km com um litro de gasolina. No máximo, faz 11 km ou 12 km. E isso depende muito do estilo de condução do motorista, das condições das estradas e até da manutenção do carro.

Além disso, os propulsores estão cada vez mais potentes – um motor 1.0, por exemplo, despeja de 70 a 90 cavalos – e, por isso, estão mais beberrões também.
De forma estranha, os dados de consumo dos fabricantes de veículos nem sempre acompanham o aumento da potência dos motores. A calculadora, na verdade, deveria está ajustada da seguinte forma: quanto mais cavalos, maior seria o consumo de combustível. Mas, as montadoras insistem em apresentar números que, para mim, são para lá de duvidosos.
É bom lembrar que o selo de consumo dos automóveis é um avanço da indústria automotiva nacional. Com ele, o consumidor terá a chance de, antes mesmo de comprar o veículo desejado, comparar o consumo de dois ou três modelos similares e, somente depois desta avaliação, decidir pelo carro que ofereça maior vantagem na questão economia de combustível.
Lançado durante o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, em outubro do ano passado, o selo de combustível – o nome oficial é etiqueta nacional de conservação de energia para automóveis – servirá, basicamente, para classificar os veículos nacionais mais econômicos e, como consequência, os menos agressivos ao meio ambiente.

O selo será fiscalizado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia) em todo o Brasil.
Para finalizar, a notícia ruim. A maioria das montadoras instaladas no país até assinou o termo de compromisso do selo de combustível, porém, não são obrigadas a participar do programa.

A partir de abril, é voluntária a instalação ou não da etiqueta nacional de conservação de energia nos carros nacionais. Para mim, fica apenas o desejo de que, no mês de abril próximo, os nossos veículos estejam devidamente com o tão esperado selo de combustível.

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