quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

E vai rolar a festa da Stock Car na Bahia

No fim do ano passado, fiquei surpreso e, ao mesmo tempo, entusiasmado com o anúncio da realização de uma prova de rua da Copa Nextel Stock Car, em Salvador. Ao checar o site oficial (www.stockcar.globo.com) da categoria mais importante do automobilismo brasileiro, tive a garantia de que a corrida, marcada para o dia 5 de julho, servirá para a Bahia mostrar que sabe organizar grandes eventos esportivos com a mesma maestria que promove a maior festa popular do mundo, o carnaval.
Mas nem tudo é festa. Para garantir uma das 12 etapas da temporada da Stock Car 2009 cada um deve cumprir, obrigatoriamente, a sua parte. A Federação de Automobilismo da Bahia, afiliada à CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), já enviou uma série de relatórios técnicos sobre traçados de rua que ofereçam segurança para o público e, especialmente, para os pilotos realizarem as suas manobras e ultrapassagens nas categorias Júnior, Light e V8.
A Vicar Promoções Desportivas S.A., organizadora da Stock Car, vem ensaiando a prova de Salvador há duas temporadas, fez pelo menos cinco vistorias no traçado indicado pela FAB e, desta vez, quer desatar os nós dos trâmites burocráticos para a liberação das ruas do CAB (Centro Administrativo da Bahia), local que possui áreas de escape, boas curvas e retas para garantir a vibração da plateia como, também, dos pilotos.
Se, por um lado, a Prefeitura de Salvador está dando total apoio ao evento automobilístico, o governo baiano tem colocado mais exigências do que realmente deveria. Na prática, quem sai perdendo são os amantes do automobilismo na Bahia que, além de não terem um autódromo para competições deste porte (na região metropolitana da capital baiana, há apenas o Kartódromo Airton Senna), estão órfãos de corridas memoráveis, como as que eram realizadas nas avenidas Centenário e Oceânica, entre os anos 50 e 60.
Neste período, pilotos como Lulu Geladeira e Mário Monteiro rivalizavam para chegar à frente em curvas e na bandeirada final. Infelizmente, só conseguimos ver hoje a atuação de baianos, a exemplo de Tony Kanaan, campeão da Fórmula Indy em 2004, e de revelações, como Patrick Gonçalves, Diego Freitas e Luiz Razia, pela tela da TV.
Só para se ter uma ideia do montante de recursos que envolve um evento de tamanha magnitude, o Rio de Janeiro sediou a prova do milhão – o piloto vencedor Valdeno Brito, da equipe Medley/A. Mattheis, recebeu o prêmio de U$S 1 milhão.
A confirmação da etapa baiana da Stock Car pode até acelerar o projeto de construção de um autódromo, incluindo definitivamente as competições automobilísticas no nosso calendário esportivo. Mais uma vez, a decisão passa pela vontade e, principalmente, pela caneta do poder público. O governo baiano já assinou dois protocolos de intenções – um com o pessoal da FBA, que dispõe de terreno e do apoio da prefeitura de Camaçari, município que abriga dezenas de empresas do Polo Petroquímico e do Complexo Automotivo da Ford, e o outro com um grupo de empresários do setor turístico da região do Baixio, no litoral norte – para a construção do tão sonhado autódromo.
A "praça de corridas", segundo dirigentes da FAB, é um sonho antigo e, nesta primeira fase, está orçada em cerca de R$ 300 milhões. Entre as duas localidades, sigo a preferência de pilotos e cartolas do automobilismo baiano que querem o autódromo em Camaçari, menos de 30 km de distância de Salvador e com total infraestrutura (aeroporto, rede hoteleira e, de quebra, belas praias) para abrigar pilotos e suas equipes.

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