Na semana passada, conversei com alguns motociclistas sobre o projeto de lei, de autoria do deputado baiano Marcelo Guimarâes Filho (PMDB), que pode proibir a circulação de motos e motonetas entre os veículos nas grandes cidades brasileiras.
Em São Paulo, Rio de Janeiro e em Salvador, por exemplo, esta determinação - que já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados, e encaminada ao Senado - vai de encontro ao perfil natural das motos, em especial os veículos usados por motoboys, que circulam rapidamente pelos congestionamentos. Fiquei imaginando o seguinte: peço uma pizza e o motoqueiro demora mais de uma hora para chegar em minha casa. A desculpa para a pizza fria é por conta do congestionamento de motos atrás dos carros de passeio, já que o entregador não vai querer pagar R$ 85,13 e ter uma infração média no seu prontuário, conforme prevê o tal o projeto de lei.
Por sinal, pasmem, o motoboy, segundo o que está escrito na lei, não pode nem usar o corredor entre os carros em ultrapassagens. Na prática, garantiram os colegas motociclistas, é ilusório achar que uma lei desta vai entrar na cabeça de quem roda de moto. No mínimo, o digníssimo parlamentar nunca sentou em uma motocicleta ou desconhece os princípios básicos de liberdade em cima de duas rodas.
Além disso, a motocicleta é um veículo rápido e, naturalmente, deve ser usada de forma prudente pelo condutor. Por outro lado, é bom lembrar que há limites em cima de duas rodas. Alguns motoboys são agressivos na maneira de pilotar e, muitas vezes, são despreparados para guiar uma moto. Ao contrário dos carros de passeio, as motos possuem um centro de gravidade que deve ser controlado pelo condutor.
Os números de vítimas são imprecisos, porém os acidentes com motos são a quarta causa de morte no trânsito em todo o Brasil. Por isso, os motociclistas, principalmente os motoboys, devem ser sempre prudentes. E sobre o projeto de lei, acredito que vai ser mais uma pizza fria.
terça-feira, 28 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Os grandalhões chegaram
O Brasil é um dos mercados emergentes que mais crescem no mundo. Em meio à crise, nenhuma montadora de veículos instalada por aqui tem o que reclamar. O governo, mais uma vez, está sendo bem paternalista com a indústria automotiva, ao dobrar o prazo da redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o carro com motor até dois litros.
Além disso, há uma maior oferta de crédito. Por outro lado, o brasileiro também tem sido bem generoso e, pelo jeito, nem está aí para a tal da crise - no primeiro semestre, foram comercializados 668,3 mil veículos, uma expansão de 3,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Este é o melhor primeiro trimestre da história da indústria automotiva nacional.
O que mais me impressiona é que o Brasil tem seguido o caminho contrário de outros países, como os Estados Unidos e a Rússia. Na terra do Tio Sam, por exemplo, as gigantes do setor automotivo (Ford, GM e Chrysler) já diminuíram a produção dos sedãs grandes, picapes e utilitários, em especial os equipados com motores V8, os chamados beberrões.
No rumo do ecologicamente correto, a indústria aposta em carros alternativos, como o elétrico Chevrolet Volt e o híbrido Toyota Prius. Até o subcompacto Smart Fortwo tem conseguido bons resultados – foram vendidos 24.600 veículos no primeiro ano de vendas – nos Estados Unidos.
Por aqui, os fun cars estão chegando (as novidades são o próprio smart e o MINI Cooper, além do Fiat 500 que deve chegar no segundo semestre). Mas a onda é a dos carrões. A Ford e a Chevrolet lançaram o Edge 3.5 V6 e o Captiva 3.4 V6, ambos com motores que bebem muito. Este ano, a filial da GM cuidou de oferecer logo o seu crossover com motor menor, o 2.4 Ecotec, para aproveitar a gana do consumidor local que tem comprado cada vez mais utilitários no País.
A oferta de modelos grandalhões tem crescido. A Hyundai, Kia e a Nissan oferecem o SantaFe 3.8 V6, Sorento 3.8 V6 e o Murano 3.5 V6, respectivamente. E olhe que nenhuma destas opções recebe o incentivo do governo federal, já que os modelos possuem motor acima de dois litros.
Mas quem não deseja um veículo com posição mais alta para dirigir, amplo espaço interno, equipamentos de segurança e de conforto (ar-condicionado, controle de estabilidade, câmbio automático e freios ABS), além de um potente motor? No Brasil, na verdade, só quem tem entre R$ 110 mil e R$ 200 mil.
Além disso, há uma maior oferta de crédito. Por outro lado, o brasileiro também tem sido bem generoso e, pelo jeito, nem está aí para a tal da crise - no primeiro semestre, foram comercializados 668,3 mil veículos, uma expansão de 3,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Este é o melhor primeiro trimestre da história da indústria automotiva nacional.
O que mais me impressiona é que o Brasil tem seguido o caminho contrário de outros países, como os Estados Unidos e a Rússia. Na terra do Tio Sam, por exemplo, as gigantes do setor automotivo (Ford, GM e Chrysler) já diminuíram a produção dos sedãs grandes, picapes e utilitários, em especial os equipados com motores V8, os chamados beberrões.
No rumo do ecologicamente correto, a indústria aposta em carros alternativos, como o elétrico Chevrolet Volt e o híbrido Toyota Prius. Até o subcompacto Smart Fortwo tem conseguido bons resultados – foram vendidos 24.600 veículos no primeiro ano de vendas – nos Estados Unidos.
Por aqui, os fun cars estão chegando (as novidades são o próprio smart e o MINI Cooper, além do Fiat 500 que deve chegar no segundo semestre). Mas a onda é a dos carrões. A Ford e a Chevrolet lançaram o Edge 3.5 V6 e o Captiva 3.4 V6, ambos com motores que bebem muito. Este ano, a filial da GM cuidou de oferecer logo o seu crossover com motor menor, o 2.4 Ecotec, para aproveitar a gana do consumidor local que tem comprado cada vez mais utilitários no País.
A oferta de modelos grandalhões tem crescido. A Hyundai, Kia e a Nissan oferecem o SantaFe 3.8 V6, Sorento 3.8 V6 e o Murano 3.5 V6, respectivamente. E olhe que nenhuma destas opções recebe o incentivo do governo federal, já que os modelos possuem motor acima de dois litros.
Mas quem não deseja um veículo com posição mais alta para dirigir, amplo espaço interno, equipamentos de segurança e de conforto (ar-condicionado, controle de estabilidade, câmbio automático e freios ABS), além de um potente motor? No Brasil, na verdade, só quem tem entre R$ 110 mil e R$ 200 mil.
terça-feira, 14 de abril de 2009
Itens de segurança e de luxo
A segurança está em segundo plano no Brasil. A indústria automotiva nacional já fez 50 anos e somente, agora, as montadoras instaladas por aqui devem produzir veículos com airbag para motorista e sistema de freios ABS.
O que mais me impressionou nesta decisão dos dirigentes do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) foi a tremenda derrapada: eles trocaram um item de segurança ativa, o sistema de freios ABS, por um de segurança passiva, o airbag, ao tornar primeiro obrigatório o uso da bolsa inflável nos carros nacionais. Não é à toa que o órgão teve de fazer um remendo quase que imediato e anunciou, no fim do mês passado, que parte dos carros fabricados no País terá também como item obrigatório o sistema antibloqueio de frenagem, o ABS.
Por aqui, carro de entrada com ABS ou airbag de série só a partir de 2010. No máximo, uma ou outra montadora pode antecipar-se à obrigatoriedade para conquistar o cliente em campanhas de marketing que valorizem a segurança. De quebra, vai usar a publicadade de ter sido a primeira montadora do Brasil a incluir item de segurança ativa ou passiva na lista de equipamentos de série em modelos de baixo custo.
É bom lembrar que esta demora das montadoras de oferecer equipamentos de segurança nos carros nacionais é um reflexo também do perfil do brasileiro. Entre o sistema de ar-condicionado e o ABS, a escolha pende mais para o componente de conforto. Na verdade, o brasileiro ainda opta por itens de conforto e estética (pneus esportivos, som com MP3 e banco em couro, por exemplo).
No Brasil, nenhum dos carros de passeio de entrada oferece as bolsas infláveis ou o sistema de freios ABS de série e, na maioria, nem como opcional. Na prática, quem deseja um dos dois sistemas termina pagando ou comprando modelos do segmento intermediário, que já disponibilizam airbag e freios ABS de série. Além disso, incorporar as bolsas infláveis no volante de uma VW Kombi, por exemplo, poderia ser um investimento muito alto para a montadora e aí só facilitaria a tão anunciada aposentadoria da Velha Senhora da Volks.
Nos países europeus, o uso obrigatório de monitores eletrônicos de pressão dos pneus dos carros deve estar valendo a partir de 2012. Dispositivos de segurança como airbag e sistema de freios ABS são obrigatórios há quase 30 anos nos Estados Unidos, Japão e nos países europeus. Infelizmente, item de segurança por aqui ainda é luxo.
O que mais me impressionou nesta decisão dos dirigentes do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) foi a tremenda derrapada: eles trocaram um item de segurança ativa, o sistema de freios ABS, por um de segurança passiva, o airbag, ao tornar primeiro obrigatório o uso da bolsa inflável nos carros nacionais. Não é à toa que o órgão teve de fazer um remendo quase que imediato e anunciou, no fim do mês passado, que parte dos carros fabricados no País terá também como item obrigatório o sistema antibloqueio de frenagem, o ABS.
Por aqui, carro de entrada com ABS ou airbag de série só a partir de 2010. No máximo, uma ou outra montadora pode antecipar-se à obrigatoriedade para conquistar o cliente em campanhas de marketing que valorizem a segurança. De quebra, vai usar a publicadade de ter sido a primeira montadora do Brasil a incluir item de segurança ativa ou passiva na lista de equipamentos de série em modelos de baixo custo.
É bom lembrar que esta demora das montadoras de oferecer equipamentos de segurança nos carros nacionais é um reflexo também do perfil do brasileiro. Entre o sistema de ar-condicionado e o ABS, a escolha pende mais para o componente de conforto. Na verdade, o brasileiro ainda opta por itens de conforto e estética (pneus esportivos, som com MP3 e banco em couro, por exemplo).
No Brasil, nenhum dos carros de passeio de entrada oferece as bolsas infláveis ou o sistema de freios ABS de série e, na maioria, nem como opcional. Na prática, quem deseja um dos dois sistemas termina pagando ou comprando modelos do segmento intermediário, que já disponibilizam airbag e freios ABS de série. Além disso, incorporar as bolsas infláveis no volante de uma VW Kombi, por exemplo, poderia ser um investimento muito alto para a montadora e aí só facilitaria a tão anunciada aposentadoria da Velha Senhora da Volks.
Nos países europeus, o uso obrigatório de monitores eletrônicos de pressão dos pneus dos carros deve estar valendo a partir de 2012. Dispositivos de segurança como airbag e sistema de freios ABS são obrigatórios há quase 30 anos nos Estados Unidos, Japão e nos países europeus. Infelizmente, item de segurança por aqui ainda é luxo.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Serviço de manobristas
O serviço de manobristas em bares, restaurantes e casas de show já está bem solidificado em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Basta chegar e parar o carro na porta do estabelecimento e um homem ou uma mulher prontamente abre a porta para o motorista e demais passageiros do veículo.
Não sou tão fã do serviço de alguns manobristas, especialmente aqueles que mudam a configuração do banco e do volante do carro, por exemplo.
Geralmente, a gente dedica um bom tempo até encontrar a posição ideal do banco e dos retrovisores, a fim de melhorar a visibilidade do veículo, não é? Em um instante, o manobrista vai lá e tira o que você ficou alguns minutos para ajustar.
No fim do ano passado, fui com a família a um restaurante e, ao retornar ao veículo, deparei-me com tal situação. Fiquei chateado e chamei logo o manobrista que tinha acabado de devolver o veículo. E não é que ele afirmou que ninguém alterou nada e que o carro estava igualzinho como eu tinha deixado?
Além disso, você sabe onde é que realmente seu carro fica estacionado? Nem sempre, não é? As empresas de manobristas devem ter área reservada e o restaurante precisa, também, se responsabilizar pelo estacionamento do veículo.
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) defende as regras claras para o consumidor que usa o serviço de manobristas de estabelecimentos comercais. É bom lembrar que, a partir do momento em que os clientes deixam seus carros com os manobristas, os estabelecimentos - inclusive a empresa que oferece o serviço valet (manobristas que levam e trazem os veículos à porta dos estabelecimentos) - passam a ser responsáveis pela "guarda do bem". Isso inclui possíveis avarias no seu carro.
Os artigos 20 e 34 do Código de Defesa do Consumidor estabelecem "a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos" e a responsabilidade solidária - o fornecedor do serviço responde pelos atos de seus prepostos.
E, caso você receba futuramente uma multa por estacionamento irregular no horário em que você estava curtindo uma balada e seu carro estava sob as resposabilidades do serviço de manobristas, saiba que quem deve pagar são eles (restaurante ou empresa de manobristas).
Neste caso, o Procon pode ser acionado para você conseguir o pagamento da multa da casa noturna ou da própria empresa de manobristas.
Além disso, é possível ainda solicitar a transferência dos pontos da Carteira de Habilitação ao Detran. Por isso, sempre guarde o cupom do estacionamento e, antes de sair com o carro de lá, verifique se há arranhões e avarias na carroceria. Olhe também se os seus pertences continuam no interior do veículo.
Não sou tão fã do serviço de alguns manobristas, especialmente aqueles que mudam a configuração do banco e do volante do carro, por exemplo.
Geralmente, a gente dedica um bom tempo até encontrar a posição ideal do banco e dos retrovisores, a fim de melhorar a visibilidade do veículo, não é? Em um instante, o manobrista vai lá e tira o que você ficou alguns minutos para ajustar.
No fim do ano passado, fui com a família a um restaurante e, ao retornar ao veículo, deparei-me com tal situação. Fiquei chateado e chamei logo o manobrista que tinha acabado de devolver o veículo. E não é que ele afirmou que ninguém alterou nada e que o carro estava igualzinho como eu tinha deixado?
Além disso, você sabe onde é que realmente seu carro fica estacionado? Nem sempre, não é? As empresas de manobristas devem ter área reservada e o restaurante precisa, também, se responsabilizar pelo estacionamento do veículo.
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) defende as regras claras para o consumidor que usa o serviço de manobristas de estabelecimentos comercais. É bom lembrar que, a partir do momento em que os clientes deixam seus carros com os manobristas, os estabelecimentos - inclusive a empresa que oferece o serviço valet (manobristas que levam e trazem os veículos à porta dos estabelecimentos) - passam a ser responsáveis pela "guarda do bem". Isso inclui possíveis avarias no seu carro.
Os artigos 20 e 34 do Código de Defesa do Consumidor estabelecem "a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos" e a responsabilidade solidária - o fornecedor do serviço responde pelos atos de seus prepostos.
E, caso você receba futuramente uma multa por estacionamento irregular no horário em que você estava curtindo uma balada e seu carro estava sob as resposabilidades do serviço de manobristas, saiba que quem deve pagar são eles (restaurante ou empresa de manobristas).
Neste caso, o Procon pode ser acionado para você conseguir o pagamento da multa da casa noturna ou da própria empresa de manobristas.
Além disso, é possível ainda solicitar a transferência dos pontos da Carteira de Habilitação ao Detran. Por isso, sempre guarde o cupom do estacionamento e, antes de sair com o carro de lá, verifique se há arranhões e avarias na carroceria. Olhe também se os seus pertences continuam no interior do veículo.
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