Nos anos 90, a enxurrada de produtos Made in China invadiu o comércio informal no Brasil. A onda ocorreu em vários países e poucos imaginavam que a força da indústria chinesa poderia chegar ao mundo das quatro rodas. Agora, é bom pensar sobre isso: você ainda vai ter um carro chinês.
Em 2009, a grave crise que assolou o setor automotivo dos Estados Unidos, com a diminuição da produção de veículos dos fabricantes da terra do Tio Sam, terminou antecipando o que era esperada para daqui a dois ou três anos. Hoje, a China passou os Estados Unidos e se transformou no maior mercado de automóveis do mundo.
Na China, a compra de carros novos atingiu a marca de 13,5 milhões de unidades, um crescimento de 45% nas vendas de veículos em relação ao ano de 2008. Segundo o noticiário internacional, os Estados Unidos registraram 10,43 milhões de unidades comercializadas em 2009 - uma queda de 21% em comparação ao ano de 2008. Agora, a China se prepara para ser o principal pólo da indústria automotiva mundial.
Carro chinês
Desde a semana passada, estou com o utilitário chinês Tiggo e não fiquei surpreso ao ouvir a notícia guiando o veículo da Chery. O projeto do Tiggo, lançado em 2005 na China, mostra que os fabricantes de veículos de lá desejam fincar as suas estruturas em todos os segmentos do setor automotivo.
Se antes era um dos que duvidavam da qualidade e eficiência da indústria chinesa, hoje, acredito fortemente e percebo que, não é à toa, que a Gelly, por exemplo, comprou a Volvo da Ford Motor Company. A ousadia é das maiores e, lógico, que é preciso muita seriedade e investimentos altíssimos para a China conseguir um grau de qualidade nos seus veículos.
A primeira geração do Tiggo que aportou no Brasil ainda sofre de sérios problemas de acabamento interno, ruídos excessivos vindos do motor 2.0 de 134 cv e desenho externo que mais parece uma junção de vários veículos que já vi curculando pelas ruas do Brasil e do mundo.
O ano de 2010 será o ano da China. Aqui, o salão do Automóvel de São Paulo será o palco das empresas que possuem pretensões em abocanhar uma fatia no mercado brasileiro. Das novas, a JAC (Jianghuai Automobile Co. Ltd) tem planos bem ousados. Em março, chegam os seus primeiros veículos e, até o fim de 2010, a empresa já começa a vender quatro veículos: J3, em versão hatch e sedã, um modelo compacto com motor 1.3 (hatch e sedã), o J5, um sedã médio com motor 1.5 e a minivan. Agora, resta esperar.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Mercados e perfis
De uns tempos para cá, fiquei partidário das ações e promoções que respeitam o consumidor pelo seu perfil. E quando mencionam o perfil não são apenas as questões relacionadas ao gosto entre um sedã e um hatch, por exemplo.
Em um país como o Brasil, não dá mais para tratar o consumidor das regiões Norte e Nordeste como se ele fosse paulista, carioca ou mineiro. Em respeito aos estados brasileiros mais desenvolvidos, a situação é a mesma das multinacionais europeias, japonesas e norteamericanas: "empurram" carros para cá, sem antes perceberem que há enormes diferenças entre os mercados consumidores no mundo.
Por isso, defendo ações regionais, como a de enviar mais modelos esportivos, descapotáveis e compactos nas cores vermelha e amarela para os estados das regiões Norte e Nordeste do Brasil. A monocromia é um mal da indústria automotiva, e não se pode dizer que o consumidor é quem escolhe um veículo prata, preto ou cinza.
O balanço parcial de dezembro da Fenabrave indica que as vendas crescem mais por aqui que em estados das regiões Sul e Sudeste. Na primeira quinzena do mês passado, a região Nordeste ficou com 13,58% da participação das vendas de automóveis no Brasil. A região Norte registrou 3,66%. As regiões Sudeste (54,11%), Sul (19,95%) e Centro Oeste (19,24%) estão em primeiro, segundo e terceiro lugares, respectivamente.
De todas, a que mais cresce - proporcionamelmente ao tamanho do mercado consumidor - é a região Nordeste. Portanto, seria interessante as montadoras instaladas no Brasil começarem a dar maior destaque ao consumidor desses estados.
Em cidades como São Paulo, não dá mais para andar de carro. Por aqui, o sonho do carro zero ainda está no imaginário de muitos. Com o poder aquisitivo em alta e investimentos de infra-estrutura, o dinheiro circula mais pelas bandas de cá, e as facilidades do financiamento deixam o sonho do carro zero bem mais real na vida de nortistas e nordestinos.
Em um país como o Brasil, não dá mais para tratar o consumidor das regiões Norte e Nordeste como se ele fosse paulista, carioca ou mineiro. Em respeito aos estados brasileiros mais desenvolvidos, a situação é a mesma das multinacionais europeias, japonesas e norteamericanas: "empurram" carros para cá, sem antes perceberem que há enormes diferenças entre os mercados consumidores no mundo.
Por isso, defendo ações regionais, como a de enviar mais modelos esportivos, descapotáveis e compactos nas cores vermelha e amarela para os estados das regiões Norte e Nordeste do Brasil. A monocromia é um mal da indústria automotiva, e não se pode dizer que o consumidor é quem escolhe um veículo prata, preto ou cinza.
O balanço parcial de dezembro da Fenabrave indica que as vendas crescem mais por aqui que em estados das regiões Sul e Sudeste. Na primeira quinzena do mês passado, a região Nordeste ficou com 13,58% da participação das vendas de automóveis no Brasil. A região Norte registrou 3,66%. As regiões Sudeste (54,11%), Sul (19,95%) e Centro Oeste (19,24%) estão em primeiro, segundo e terceiro lugares, respectivamente.
De todas, a que mais cresce - proporcionamelmente ao tamanho do mercado consumidor - é a região Nordeste. Portanto, seria interessante as montadoras instaladas no Brasil começarem a dar maior destaque ao consumidor desses estados.
Em cidades como São Paulo, não dá mais para andar de carro. Por aqui, o sonho do carro zero ainda está no imaginário de muitos. Com o poder aquisitivo em alta e investimentos de infra-estrutura, o dinheiro circula mais pelas bandas de cá, e as facilidades do financiamento deixam o sonho do carro zero bem mais real na vida de nortistas e nordestinos.
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